Bancários devem lutar contra aumento da jornada

Rio de Janeiro - As agências da Caixa Econômica Federal antecipam em duas horas o atendimento aos clientes devido aos saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Não contentes com a exploração dos bancários, que têm enfrentado redução salarial e de quadro para satisfazer a ganância dos banqueiros, a direita brasileira busca incrementar ainda mais a opressão sobre a categoria, por meio de uma lei que obriga as instituições bancárias a abrirem aos finais de semana. O autor da proposta é o deputado David Soares (DEM/SP), que apresenta como desculpa para a medida o fato de que o horário de funcionamento das agências é menor do que a jornada de trabalho média dos trabalhadores, o que tornaria necessária a abertura das agências nos finais de semana.

Ora, se a jornada média de um trabalhador brasileiro é maior (de fato, é), por que não reduzi-la? Oficialmente, o Brasil tem cerca de 9,4 milhões de trabalhadores buscando ocupação. Se a atividade econômica atual não comporta esse contingente, nada mais normal do que diminuir as horas de trabalho para, assim, acomodar a todos.

Não é o que o parlamentar direitista propõe porque sua preocupação com as condições de vida da população é mera demagogia. O interesse real do deputado é servir ao setor mais rico da sociedade brasileira, os bancos, aumentando os lucros desses vampiros do povo com base na pressão sobre os bancários, uma categoria cada vez mais empobrecida e oprimida.

“Trata-se de um projeto pernicioso, que pode aumentar ainda mais a pressão por metas e o assédio sobre a categoria bancária, e, consequentemente, gerar ainda mais adoecimento de trabalhadores que já sofrem demais com as cobranças abusivas”, disse à CUT o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira (“Projeto que libera abertura de bancos aos finais de semana volta a tramitar“, 16/8/2023). “A categoria é a que tem maior índice de afastamentos para tratamento de saúde, sendo os transtornos mentais o mal de maior incidência”, concluiu.

Os comitês de bancários devem se mobilizar para iniciar uma campanha de agitação, com boletins, toda sorte de impressos e propaganda digital, de modo a unificar a categoria, desmascarar a demagogia do projeto voltado aos interesses dos banqueiros e garantir melhores condições de trabalho aos companheiros.