A categoria bancária é uma categoria de trabalhadores que ocupa um dos primeiros lugares no topo do ranking no quesito adoecimento por motivos laborais.
Além do adoecimento por motivos físicos, como LER/Dort, os bancários, a partir do ano de 2013, passaram a ter como a principal causa de afastamentos adoecimentos mentais, e os principais motivos desse adoecimento são causados pela pressão dos banqueiros para que os trabalhadores batam metas de venda de produtos, metas essas que cotidianamente vem acompanhadas de assédio moral feitas pelos chefetes de plantão.
Apesar de representarem apenas 1% dos trabalhadores com emprego formal, os bancários representam 24% dos afastamentos por doenças mentais. Em 2012, o percentual de pessoas que pediam licença em razão de doenças mentais era de 12%; nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto no geral das outras categorias a variação foi de 15,4%. Do ano de 2012 a 2021, mais de 40 mil bancários tiveram o direito ao benefício acidentário reconhecido pelo INSS por motivos relacionados ao trabalho.
Em matéria recente deste Diário, denunciamos que a direção do Banco do Brasil estava nas vésperas de nomear como gerente da área de Ouvidoria do banco uma executiva que comandava uma das áreas de diretorias de tecnologia, cuja dependência havia sido condenada, em primeira instância, por assédio moral. Na matéria, dissemos que era um completo contrassenso o banco nomear para o setor de auditoria pessoas que eram responsáveis por assédio moral na empresa. Mas, não para o nosso espanto, o Banco do Brasil nesta semana acaba de nomear uma das pessoas diretamente ligadas ao setor condenado pela justiça por assédio moral a um dos seus funcionários como gerente (lateralidade) executiva para a Ouvidoria Externa do banco.
As entidades de luta dos trabalhadores bancários não podem ficar passivos às atitudes da direção do banco em condecorar aqueles que exercem cargos de confiança e que, comprovadamente, se utilizam de métodos de assédio moral contra os funcionários, ainda mais num setor como a Ouvidoria, cujo código de Ética reza, como um dos seus princípios, a não tolerância ao desrespeito à dignidade, à igualdade, à diversidade e à privacidade das pessoas.