A Polícia Militar de São Paulo matou mais duas pessoas na noite do último dia 14, em Santos. Na versão apresentada pela PM, os policiais tentaram abordar “suspeitos” (o que geralmente se traduz em negros pobres) durante uma ronda no bairro Vila Alemoa, quando supostamente teriam sido recebidos por tiros. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) endossa a versão dada pelos PMs: “Ao se aproximarem, os agentes de segurança foram recebidos a tiros, intervieram e atingiram dois suspeitos”, disse.
Com esses assassinatos, chegou a 47 o número de pessoas mortas pela polícia na Baixada Santista desde o começo da terceira fase da Operação Verão, desencadeada em 18 de dezembro, e que atingiu uma nova etapa após a morte do cabo da PM José Silveira dos Santos, em 7 de fevereiro.
Seguindo o roteiro tradicional de sua campanha para tentar justificar as chacinas cometidas pela PM, SSP informou também que armas, porções de drogas como crack, cocaína e maconha que estariam em posse das vítimas.
O recurso é similar ao utilizado pelos sionistas na Palestina, que associam suas vítimas a crimes na tentativa de justificar as mortes. Segundo a SSP, dinheiro e uma balança de precisão também estavam com as vítimas, que não tiveram seus nomes divulgados, mas graças à nota da SSP, já foram associados ao tráfico de drogas.
Em matéria publicada no portal G1, o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, recebeu denúncias de funcionários da Saúde de Santos de que a PM tem levado para os hospitais da cidade, corpos de vítimas assassinadas como se estivessem vivas (“Sobe para 47 o número de suspeitos mortos na Operação Verão no litoral de SP”, g1 Santos, 15/03/2024). Em razão dos crimes cometidos pela PM, a matéria informa que a “Defensoria Pública de São Paulo, em conjunto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, pediu o fim da operação policial na região”.
Não apenas a operação, a própria polícia precisa ser extinta. Resquício da Ditadura Militar, as forças da repressão são verdadeiros instrumentos de genocídio da população negra e pobre, que compõe uma parte expressiva da classe trabalhadora brasileira. Por meio de toda a legislação repressiva como as leis que criminalizam o comércio, distribuição e consumo de drogas, ganham mais um reforço para massacrar o povo negro, tornando também as leis que criminalizam as drogas um objeto de oposição de todos que desejam o fim do esmagamento do povo negro, seja pelas armas da polícia, ou o inferno das cadeias.