Direita quer enquadrar MST como movimento terrorista

No dia 17, a Câmara dos Deputados instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST. A comissão, que tem previsão de funcionar por 120 dias, com reuniões regulares que acontecem nas terças e nas quintas-feiras; tem como foco investigar a onda de ocupações de terra que ocorreram por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o começo do governo Lula.

Como presidente da comissão, foi escolhido o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS). Como vice-presidente, o golpista Kim Kataguiri (União Brasil – SP). Enquanto isso, Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, foi escolhido como relator da CPI. São três figuras da direita que dão o tom do objetivo da comissão.

Deve ficar claro que a instauração da CPI do MST é um grave ataque não só a Lula, que pode ser acusado de financiar diretamente o MST, como à esquerda como um todo, que pode ter um dos seus principais movimentos sociais colocados na ilegalidade.

Até o momento, a esquerda não percebeu o tamanho da ameaça que a CPI em questão representa, e parece estar alheia ao cerco que está sendo formado contra o governo Lula.

Finalmente, é preciso, imediatamente, mobilizar os sem terra para derrotar a investida da direita no Congresso, mas para fazer avançar a luta por seus direitos e reivindicações. Essa é a única maneira de derrotar os golpistas e os ataques dos latifundiários e pistoleiros aos movimentos sociais e aos trabalhadores rurais.