Entrevista com economista da Dívida Cidadã sobre o problema do Banco Central independente

O governo Lula mal começou, no entanto, em pouco tempo de governo Lula já está sendo sabotado pela burguesia golpista e pelo imperialismo. Neste cenário de crise, Lula elevou o tom contra o Banco Central, que graças ao regime golpista tornou-se independente do governo e ligado diretamente aos capitalistas do sistema financeiro. Enquanto Lula quer industrializar o País, o Banco Central eleva as taxas de juros e força a recessão na economia nacional.

Para analisar este problema entrevistamos Marcelo Marcelino, economista ligado a Auditoria da Dívida Cidadã, para explicar sobre um ponto de vista econômico os efeitos de um Banco Central independente.

Sobre este problema, o economista destaca que “não apenas no Brasil, mas o sonho de consumo do imperialismo e desses capitalistas ultraliberais é realmente ter um Banco Central totalmente autônomo e independente. Autonomia e independência são coisas diferentes mas elas coadunam. Por quê? Uma coisa é você ter uma relativa autonomia dentro de processos institucionais. Mas essa autonomia não pode ultrapassar as demandas, as exigências do presidente da república em exercício e de preferência representando a população brasileira. Outra coisa é a independência, independência a respeito de qualquer presidente da república que tomar posse a presidência da república, o executivo não pode alterar o mandato do presidente do Banco Central assim como tão quanto não pode por consequente alterar as políticas que são decididas e colocadas na implementação pelo presidente do Banco Central e seus dirigentes. Isto é, por que os capitalistas querem uma independência do Banco Central com autonomia absoluta? Justamente para que o executivo não interfira nas decisões que favorece os privilégios do capital dos banqueiros, dos rentistas nacionais e estrangeiros.”

Marcelo reforça o interesse do regime golpista em desde o início desvincular o BC do controle governamental, ou seja, independente da política do governo, manter os interesses do capital financeiro e do imperialismo.

O Banco Central “trabalha com juros extorsivos absurdos e que ganha com os recursos orçamentários que o Tesouro Nacional paga para os títulos da dívida pública. Quanto mais autonomia, mais independência, melhor será para os capitalistas rentistas e banqueiros. Daqui e de fora. Por isso a questão da independência do Banco Central. Porque o Banco Central é a chave do cofre. É a chave que abre o cofre do tesouro nacional e que pega os recursos do orçamento da União”, destacou o economista.

Marcelo lembra que “as metas de inflação elas vieram a partir da gestão Fernando Henrique Cardoso. Toda a matriz que sustenta essa armadilha imposta pelo do imperialismo através do Fundo Humanitário Internacional do consenso de Washington do final dos anos oitenta, início dos noventa, a globalização econômica financeira toda essa armadilha toda essa (eu vou usar essa expressão entre aspas que o pessoal neoliberal adora) agenda que na verdade não é só uma agenda, é uma cartilha que tem que ser rezada e tem que ser exercida de forma a dar suporte a toda transferência de renda e riqueza do povo brasileiro para os capitalistas daqui e de fora do país.”

Sobre o problema das metas o entrevista destacou que “só três países do mundo utilizam metas inflacionárias. E essas metas inflacionárias não chegam hoje a quatro por cento de inflação, meta muito reacionária porque qualquer aumento inflacionário exigirá um remédio amargo para controlar essa inflação. O único que eles conhecem através do Banco Central, da política monetária, é o aumento da taxa de juros. É essa inclusive a justificativa do Campos Neto.”

Marcelo continua “por que as metas da inflação elas são importantes, então? Porque elas são a desculpa. Para controlar a inflação com aumento de juros. Por mais que hoje no Brasil não se tenha de demanda porque a inflação no Brasil hoje é uma inflação de custos causada em grande medida pelos aumentos extorsivos dos preços dos combustíveis com o preço de parada de importação colocado pelo golpista Temer através do Pedro Parente que também foi ministro da FHC na segunda gestão. Vejam a Petrobras ela causou um impacto enorme nas outras tarifas públicas. Que também aumentaram. Por exemplo, energia elétrica, água, saneamento no geral essas tarifas todas elas fazem com que os preços dos outros produtos na economia aumentem mas não se tem notícia comprovadamente.”

O economista também afirma que “se você coloca mais juros, você gira um círculo vicioso de aumento recessivo da economia. Um desestímulo ainda maior de uma economia que precisa ser ao contrário.”

Tais declarações demonstram que a política levada a frente pelo regime golpista é na realidade uma política antinacional. O Banco Central Independente é um ataque ao desenvolvimento nacional.