Na quinta-feira (8), a polícia militar executou um manifestante no Rio de Janeiro na Avenida Brasil, próximo ao Complexo da Maré. O caso é tão escandaloso que foi filmado pelos trabalhadores que estavam no local. As imagens mostram o momento em que o PM se aproxima do homem com um fuzil empunhado, faz um movimento brusco e atira contra ele. Outras imagens filmadas mostram o momento em que o homem começa a sangrar e cai nos braços de uma mulher. A vítima foi Jefferson de Araújo Costa, de apenas 22 anos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que policiais do 22º BPM (Maré) foram acionados para intervir numa manifestação que ameaçava fechar a Avenida Brasil, nas imediações do Complexo da Maré: “durante a ação, o fuzil de um dos policiais disparou, atingindo um manifestante. De imediato, o local da ocorrência foi preservado até a chegada de equipe da Delegacia de Homicídios da Capital, que providenciou a perícia no local do fato”.
A nota da secretaria revela o nível de fascismo da PM. Para os policiais não existe assassinato da população trabalhadora. Não foi o policial que disparou o fuzil assassinado um jovem a sangue-frio, foi “o fuzil de um dos policiais que disparou”. E mesmo passando responsabilidade para o fuzil e não o policial não se fala em assassinato. A nota continua “no âmbito da Polícia Militar, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado pela Corregedoria Geral da Corporação para averiguar as circunstâncias do fato”.
Nessa caso o PM foi inicialmente punido, ele foi conduzido à 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), onde foi ouvido e preso em flagrante por homicídio culposo. No entanto, não se pode levar como uma vitória dos trabalhadores em relação ao esquadrão da morte que é a polícia. Isso apenas aconteceu, pois o caso foi muito escandaloso, por ter sido filmado. Mas todos os dias a política realiza assassinatos e nada acontece, muitas vezes os policiais são promovidos.
A única solução possível para a política de assassinatos em massa da polícia, não apenas a militar, é o fim dessa instituição fascista. O objetivo da polícia é reprimir a classe operária com violência, os policiais assassinam dezenas de trabalhadores todos os dias no Brasil. No Rio de Janeiro a polícia é uma das mais violentas do mundo. É preciso lutar pelo fim das polícias. Pela criação de um sistema democrático de segurança onde os trabalhadores de cada região são eleitos. Enquanto a polícia não for controlada pelos trabalhadores, mas sim pelo Estado burguês, ela seguirá massacrando a população.