Milionários quase dobram no ano em que a fome explode no País

Segundo o relatório Global Wealth Report 2023 (“Relatório de Riqueza Global 2023”, em português), divulgado pelo banco Credit Suisse e pelo UBS, o número de milionários brasileiros (indivíduos com mais de US$ 1 milhão) saltou de 293 mil em 2021 para 413 mil no ano seguinte, o que fez do Brasil, o país que mais ganhou milionários entre 2021 e 2022. A liderança global brasileira no quesito é seguida por Irã, Noruega, México e finalmente, Rússia.

Por outro lado, enquanto a quantidade de milionários subia mais de 40,9%, o intervalo entre 2021 e 2022 marcou também o retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU, quando 2,5% da população ou mais enfrentam a falta crônica de alimentos. No Brasil, o percentual chegou a 4,1% (“Brasil volta ao Mapa da Fome das Nações Unidas”, Jornal Nacional, 6/7/2022). Isso coloca 2,5 milhões de brasileiros entre os casos mais graves dos atingidos por este flagelo econômico, porém há os casos de fome que embora sejam menos extremos, constituem também uma infâmia à luz do crescimento dos milionários.

Segundo o estudo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil (“Retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU preocupa senadores e estudiosos”, Aline Guedes, Agência Senado, 14/10/2023), 33,1 milhões de pessoas não têm sua alimentação garantida no País, 14 milhões de novos brasileiros atingidos pela fome. Ainda de acordo com o estudo, 58,7% da população brasileira convive com a fome em algum grau: leve, moderado ou grave.