Na última sexta-feira (2), foi feito um leilão na sede da B3, em São Paulo, no qual foi privatizado o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. O local foi entregue aos capitalistas por R$926 mil, sendo concedido ao consórcio Parques FIP em Infraestrutura.
Anteriormente, em 2022, a mesma empresa já havia comprado o parque por um milhão de reais. Entretanto, o leilão foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pedido da MT Par, empresa cujo maior sócio é o próprio governo do Mato Grosso. Na ocasião, o governo alegou irregularidades no edital de privatização, publicado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
Agora, entretanto, o governo nem mesmo participou da licitação. No dia 29 de janeiro, dias antes do leilão, afirmou que houve um desgaste entre a gestão estadual e o instituto. “Nesse período tivemos muitos embates e sentimos muita resistência do ICMBio. O que deixou o ambiente de relacionamento desgastado. Assim, fizemos a opção de deixar que seguissem com o rumo planejado, sem participar do leilão”, disse a MP Tar em nota.
Estima-se que o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães tenha 33 mil hectares de área, ou 330.000.000 metros quadrados. Somente levando em consideração a especulação sobre uma área deste tamanho, fica claro que o valor pelo qual o parque foi vendido é um escárnio contra a população.