Servidores públicos dos EUA farão greve de fome pela Palestina

Os trabalhadores do governo dos EUA estão se organizando para uma manifestação em defesa da Palestina. O grupo Feds United for Peace, um grupo de dezenas de funcionários, já organizaram uma paralisação no escritório no início do mês. Além disso, eles planejam realizar uma greve de fome de um dia na próxima quinta-feira (1). Eles estão se organizando para comparecer aos seus escritórios vestidos de preto ou usando lenços Quefiê, ou outros símbolos de solidariedade palestina.

Um servidor falando em nome da organização disse que o Dia do Jejum é uma resposta a política de “Israel” de usar “a fome como arma de guerra, retendo intencionalmente alimentos de entrar em Gaza”. Ele também citou relatórios da ONU de que até 2 milhões de pessoas no território estão em risco de fome. A organização afirma que seus membros representam mais de duas dezenas de agências, incluindo os departamentos de defesa, segurança interna e estado, e incluem servidores públicos de carreira e indicados políticos. Eles esperam a participação de centenas de funcionários do governo.

A paralisação realizada pelo grupo no início deste mês gerou retaliação no governo, com autoridades de segurança nacional de ambos os partidos criticando seus protestos como insubordinação. “Eles merecem ser demitidos”, disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, republicano de Louisiana.

Os representantes do Feds United for Peace dizem que seu objetivo é introduzir o debate em seus escritórios, onde muitos funcionários federais tendem a apoiar um cessar-fogo, mas temem retaliação por se manifestarem, ou têm medo de discutir casualmente política por medo da repressão. Os servidores têm se organizado também de outras formas, no mês de dezembro foi realizada uma vigília em frente a casa branca que teve como direção a organização Ceasefire.

Na semana passada, membros da Ceasefire publicaram uma declaração em oposição a tentativa da Casa Branca de fazer uma propaganda interna em defesa do Estado de “Israel”. ”Enquanto o chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, promove uma festa para aumentar a moral da equipe esta noite, uma criança em Gaza é morta a cada 8 minutos”, disse a Ceasefire em um comunicado. “Estamos revoltados com essa exibição de completa apatia pelas vidas que foram tiradas na região nos últimos três meses.”

A ação de quinta-feira será parte de uma série de atos públicos realizados por funcionários do governo. No início de janeiro, um indicado político do Ministério da Educação, Tariq Habash, renunciou em protesto. Funcionários do Departamento de Estado têm usado o “canal de dissidência” do departamento para transmitir discordâncias de política diretamente ao secretário de Estado. Mais de mil funcionários da agência de desenvolvimento USAid assinaram uma carta em apoio a um cessar-fogo. Na sede da campanha de reeleição de Biden em 2024, ativistas também assinaram petições anonimamente.

A situação dentro do próprio governo Biden revela o tamanho da crise que existe no Parido Democrata. Se nem mesmos os democratas que são pagos para trabalhar para o partido conseguem se manter em suas funções devido ao apoio de Biden ao genocídio em Gaza, as bases do partido que deveria votar em Biden estão ainda mais impactadas. Isso é uma demonstração de que a guerra na Palestina pode levar a derrota eleitoral de Biden.