No dia 12 de janeiro deste ano, foi retomado o julgamento dos pistoleiros e latifundiários mandantes do evento macabro que ficou conhecido como Massacre do Caarapó que ocorreu em janeiro de 2016, no município de mesmo nome em Mato Grosso do Sul.
O início do julgamento trouxe à tona novas informações e a luta pela liberdade de um líder Guarani-Caiouá preso por se defender dos crimes do latifúndio e por organizar uma manifestação contra o Massacre do Caarapó. Leonardo de Souza, pai do índio Clodiodi que foi assassinado no local pelos latifundiários, e que cumpre pena desde 2016 de maneira totalmente equivocada com anuência do STF golpista, em particular do novo ídolo da esquerda pequeno burguesa, o ministro Alexandre de Moraes.
Leonardo foi preso dias depois do massacre de maneira totalmente arbitrária numa disputa entre a Polícia Federal e a Polícia Militar de quem prenderia a liderança índio. Há relatos que Leonardo chegou a ser literalmente puxado de um lado ao outro por policiais federais e por policiais militares como se fosse um troféu a ser apresentado.
Preso sem provas e por motivos esdrúxulos
Em 2018, Leonardo foi preso de maneira definitiva e se encontra até hoje na prisão. A Força Nacional invadiu a terra índio e prendeu a liderança sob a acusação mais esdrúxula e falsa possível: tráfico internacional de drogas. Como se esse modus operandi da polícia enganasse alguém, Leonardo foi preso com 300 gramas de maconha, e, pelo fato do Estado do Mato Grosso do Sul ser uma área de tráfico internacional, foi enquadrado como tráfico internacional. Não há falsidade maior e a implantação da droga é evidente.
Mais uma vez isso apenas serviu para justificar a prisão já que não havia provas ou justificativas para prendê-lo pelo crime de se defender, ou simplesmente ser a liderança do local. Após sua prisão foi enquadrado em mais dois crimes: cárcere privado e sequestro por uma ocupação em 2016, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e Leonardo teriam impedido a entrada e a saída de pessoas do local durante cerca de 10 horas e, pasmem, teriam torturado policiais militares.
Como não havia nenhuma prova contra Leonardo que justificasse sua prisão iniciou-se uma série de perseguições claramente políticas e uso da lei e sem nenhuma prova de diversos crimes para que o índio Leonardo de Souza apodrecesse na cadeia.
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