Segundo notícia publicada no portal da CUT, os trabalhadores da Eletrobrás anunciaram uma paralisação de 72 horas, a partir do dia 9 de agosto. A mobilização é uma resposta aos ataques que a recém-privatizada companhia vem realizando contra os eletricitários, que incluem a demissão de 1.500 operários através do Programa de Demissão Voluntária (PDV).
Segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), o PDV foi antecipado e a empresa vem coagindo os trabalhadores a pedirem demissão, para não serem desligados depois e saírem de mãos abanando. Foi assim, informa o CNE, que conseguiram a demissão do diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel), Ikaro Chaves.
Engenheiro eletricista, Chaves chegou a ser demitido após manifestar sua oposição à privatização da ex-estatal em artigos publicados e entrevistas, bem como sua luta pela reestatização da empresa. Após pressões pela sua readmissão que envolveram a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, a Eletrobrás recuou, mas deixou claro que ele seria demitido após o período de estabilidade.
“Foi uma vitória parcial”, declarou Chaves à CUT (“Eletricitários entrarão em greve em agosto contra demissões e desmonte da Eletrobras”, Rosely Rocha, 27/7/20023), “porque eu e mais de 1500 trabalhadores fomos coagidos a aceitar o PDV para não sairmos de mãos abanando depois de tantos anos de empresa. Por outro lado, o apoio e a mobilização serviram para manter as prerrogativas dos demais dirigentes sindicais que atuam na Eletrobras”, concluiu.
É preciso uma ampla mobilização popular pela reestatização da Eletrobrás. Tornou-se publico e notório o crime que foi a privatização da empresa, de modo que os comitês de luta devem impulsionar uma série de manifestações pela reestatização da empresa, pela reversão da pirataria que foi a entrega da estatal, e também para que a empresa seja posta sob controle dos operários.