Justiça cearense ataca operários do transporte local

Os trabalhadores do transporte alternativo de Fortaleza decretaram greve no dia 27, buscando reajuste de 5% nos salários. Segundo o Sindicato dos Empregados em Transporte Alternativo de Fortaleza (Sintraafor), além do reajuste, a categoria demanda um plano de saúde com metade de seu valor pago pelos patrões e também o vínculo empregatício dos motoristas. Isso porque, conforme denúncia do Sintraafor, “um percentual muito elevado de trabalhadores sem carteira assinada” compõe o quadro de trabalhadores.

Ocorre que a justiça cearense, através do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, José Antônio Parente da Silva, determinou que metade dos trabalhadores continuem em atividade, em um claro ataque ao direito de greve, haja visto que a determinação do togado diminui a força dos operários e beneficia os patrões.

O desembargador determinou ainda que o Sintraafor se abstenha de “ameaçar ou constranger” os fura-greves, sob pena de multas de R$10 mil por dia caso não acate a ordem judicial.

Trata-se de mais uma flagrante evidência de que o País está submetido a uma ditadura do Judiciário. Os trabalhadores devem se mobilizar pela autonomia dos sindicatos e pelo direito de greve perdido. Além disso, torna-se urgente a luta dos setores populares por uma completa reforma no sistema político brasileiro que submeta o Judiciário ao controle popular.