O funkeiro Adelso dos Santos de Almeida Júnior, conhecido como MC Juninho BP de 21 anos, foi preso pela Polícia Civil de São Paulo sob acusações de apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas no último dia 3. O verdadeiro “crime”, porém, foi a publicação de uma música onde o jovem (como muitos moradores dos bairros operários do País) verbaliza sua hostilidade em relação à polícia e satiriza a morte do PM Patrick Bastos dos Reis, morto em circunstâncias misteriosas no último dia 28.
Em entrevista ao portal Uol (de propriedade do Grupo Folha), o advogado de defesa do rapaz, Silvano José de Almeida, destacou que “nada foi encontrado na casa dele, durante a ação de busca e apreensão”, “mas o delegado entendeu por prendê-lo por associação ao tráfico. Não há qualquer elemento fático, qualquer situação ou outra pessoa junto que possa dar a entender essa associação” (“MC que postou música debochando da morte de PM da Rota é preso no Guarujá”, Maurício Businari, 4/8/2023).
A histeria persecutória impulsionada por setores privilegiados da esquerda, é preciso dizer, foi fundamental para que um jovem fosse preso por cantar uma música. O autoritário Estado brasileiro não colocou atrás das grades nenhum dos responsáveis pela chacina do Guarujá, mas em um curto intervalo de tempo, conseguiu localizar e prender um funkeiro não pelo que fez, mas pelo que disse. A mobilização pelo fim da polícia e pelas liberdades democráticas da população (entre elas, a liberdade de expressão) são lutas urgentes a serem desenvolvidas pelos comitês.