Na esteira da CPI do MST, que visa criminalizar a luta pela terra, o município de Dourados (MS) criou uma frente parlamentar, supostamente para acompanhar os conflitos de terra com os índios na cidade. Encabeçada pelo direitista vereador tucano Rogério Yuri, a finalidade não é outra além de proteger os interesses dos latifundiários da cidade, palco de violentos conflitos entre índios e fazendeiros. O partido do vereador, não custa lembrar, é o mesmo dos últimos governos estaduais, que atacaram os guarani-caiouás com a máxima brutalidade.
Em entrevista à imprensa local financiada pelos latifundiários, o vereador Yuri traça um sinal de igualdade entre oprimidos e opressores, ao defender que “esse embate tem gerado violência, discriminação e violação dos direitos humanos, de ambas as partes [grifo nosso], pois sofrem com as constantes ameaças e ataques cada vez mais violentos, com constante intervenção das forças policiais, essas recebidas agressivamente pelos indígenas, caminhando para péssimas consequências”.
A solução defendida pelo vereador tucano: colocar a polícia nas aldeias, sob a alegação de garantir a “segurança” dos indígenas. Os policiais do MS são famosos por sua atuação no sentido exatamente oposto, sendo uma extensão do poder dos grandes latifundiários. Por isso, é preciso que os comitês de luta apoiem o combate tanto à intimidação representada pelo parlamento municipal, como também a presença da repressão nas aldeias.