Na madrugada desse sábado (16), índios Guarani-Caiouá e Guarani-Nhandeva retomaram uma mata no interior da fazenda, que possui 2387 hectares e está localizada na Terra Indígena Iguatemipegua I, no Tekoha Puyelito Kue, no município de Iguatemi, no sul do estado do Mato Grosso do Sul.
A retomada se deu após outra ocupação, ocorrida em novembro e que foi violentamente atacada por pistoleiros, latifundiários com apoio da Polícia Militar e do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) no último dia 22, ocasião em que seis índios foram sequestrados e torturados, com um ainda desaparecido. Outras três pessoas, dois jornalistas e um militante do PCO foram espancados e tiveram todos os seus pertences roubados em uma emboscada com mais de 50 latifundiários e pistoleiros e PMs.
Como resposta a essa ação criminosa e violenta dos latifundiários e do governo do estado, os índios não cederam e realizaram mais uma ação para garantir o seu direito a terra e para pressionar a demarcação, paralisada desde 2013.
Neste momento, a comunidade dos índios está sofrendo ataques de pistoleiros e suas lideranças estão sendo intimidadas pela PM e, em particular, dos policiais do DOF, um batalhão de elite da polícia sul-mato-grossense ainda mais ligada aos latifundiários e que trabalha sistematicamente para perseguir os índios, atuando como milicia estatal do latifúndio.
É preciso cobrar as instituições, como Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ministério dos Direitos Humanos e Ministério da Justiça, para atuar em defesa dos índios contra a violência dos latifundiários e do estado do Mato Grosso do Sul, e no avanço do processo de demarcação, a única saída para encerrar a violência contra os índios na região.