No dia 10 de março de 2024, começou o Ramadã, o nono mês do calendário lunar do Islã e um período sagrado para os muçulmanos, época em que eles realizam jejuns, orações, reflexão, comunhão e obras de caridade. Os muçulmanos acreditam que foi nesse mês, no ano de 610, que o profeta Maomé recebeu do arcanjo Gabriel a revelação do Alcorão, o texto sagrado do Islã. Daí o caráter sagrado do Ramadã, sendo um dos Cinco Pilares do Islã, isto é, as práticas fundamentais da religião.
À luz desse acontecimento, na última sexta-feira (8), Abu Obeida, o porta-voz das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (braço armado do Hamas), pronunciou-se em uma transmissão ao vivo convocando o povo palestino, a comunidade muçulmana e todos que defendem a Palestina a defenderem a Mesquita de al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islã, que ao longo dos anos foi alvo de ataques e provocações por parte dos sionistas, e a darem continuidade à Revolução Palestina:
“[Apelamos] a todos os filhos do nosso povo na Cisjordânia, al-Quds e nos territórios palestinos ocupados em 1948 para que se mobilizassem e marchassem em direção à Mesquita de al-Aqsa, permanecessem firmes ali e não permitissem que a ocupação impusesse a sua [política no local sagrado].
Apelamos às massas da nossa nação em todo o mundo para que declarem mobilização para enfrentar [a ocupação israelita] em todos os domínios – seja em combate e confronto ou em protesto e manifestação.
Que o próximo mês do Ramadã seja um mês de obediência, jiade e vitórias”
No mesmo sentido foi o pronunciamento de Abu Hamza, porta voz das Brigadas Al-Quds, braço armado da Jiade Islâmica, que, no dia 2 de março, anunciou a continuação da “batalha do dilúvio de al-Aqsa com base na Unidade dos Campos de Batalha em Gaza, na Cisjordânia, no Líbano, no Iraque, no Iêmen e na Síria“, exortando árabes e muçulmanos a transformarem o mês do Ramadã em um mês de luta contra o sionismo:
“Dizemos aos árabes e muçulmanos, assim como vocês se voltam para Alá com as orações obrigatórias e o jejum [no mês sagrado do Ramadã], mobilizem-se e sigam para a Palestina com armas e o dever da Jiade. Que o Ramadã seja um mês de terror e pânico para a entidade israelense”.
Em suma, as principais organizações muçulmanas da resistência armada palestina chamaram o povo palestino e árabe a fazer um dilúvio do Ramadã, isto é, transformar esse mês em um mês de luta contra o sionismo.
Por isso, os Comitês de Luta, em conjunto com o Partido da Causa Operária (PCO), fará um Ramadã de luta no Brasil, convocando a se juntarem na luta todos aqueles que querem lutar pela Palestina e não aguentam mais ficar parados. Para isso, os membros dos militantes estarão nas ruas todos os dias, realizando panfletagens, vendas de jornais, colagens de cartazes e várias outras atividades em defesa dos palestinos.