Muçulmanos denunciam ação da PM no Recife

No quarta-feira (15), dia da Naqba, a catástrofe palestina, aconteceu uma manifestação em defesa da Palestina em Recife. O Polícia Militar impediu o protesto de chegar ao seu destino sem motivo nenhum, bloqueando a via. O Centro Cultural Islâmico Imam Sadeq denunciou o caso em um comunicado que pode ser lido na íntegra:

Recife, 16 de maio de 2024.

Nota de repúdio à repressão ilegal promovida pelo governo de Pernambuco ao ato pacífico e democrático em alusão aos 76 anos da Nakba palestina. Sentindo que os direitos fundamentais do povo pernambucano foram desrespeitados, em nome da legitimidade sociopolítica, apresentamos o nosso repúdio à desnecessária repressão imposta pelo governo de Pernambuco ao ato público em alusão aos 76 anos da catástrofe palestina (“nakba”).

Entidades e organizações democráticas, reconhecidas pelo Estado democrático de direito, reuniram-se ordeiramente na praça do Derby, por volta das 16h00, se deslocando à rua Gonçalves Maia, na Soledade, onde ocorreria a conclusão do citado ato, marcada por uma performance artístico-cultural.

Porém, ao chegar na citada rua, os manifestantes, pasmem, viram a via pública bloqueada por viaturas e dezenas de policiais militares, dentre os quais do Batalhão de Choque, algo injustificável, já que a entidade responsável pela coordenação do ato, o Comitê de Solidariedade à Palestina/PE, organizou outras manifestações de rua anteriores sem que tenha havido qualquer registro de irregularidade.

Inquieta constatar que um governo, atualmente sem controle sobre a segurança pública, onde constatam-se dados apavorantes de violência e vários episódios de abusos praticados por agentes oficiais de segurança, além da quase inexistência de policiamento ostensivo nas ruas, utilize tamanha guarnição policial para reprimir um evento democrático, transgredindo artigos das legislações federal e estadual vigentes.

Reiteramos que prosseguiremos apoiando a causa palestina e não nos calaremos diante de abusos oficiais governamentais, sobretudo, se manobrados por entidades externas, pois, para nós, muçulmanos, a soberania do povo palestino é sagrada e do povo brasileiro da mesma forma.

Atenciosamente,

Eduardo Santana

Coordenador do C-Islam – Centro Cultural Islâmico Imam Sadeq.