As chuvas do fim de semana provocaram danos em 19 municípios gaúchos, segundo dados da Defesa Civil do RS atualizados na manhã desta segunda-feira (17). As precipitações alcançaram marcas de 100 mm a 200 mm entre sábado (15) e domingo (16), superando a média histórica para todo o mês de junho, o que provocou alagamentos, inundações e deslizamentos. Rios estão em elevação e as chuvas devem prosseguir durante a semana.
Os danos registrados pela Defesa Civil ocorreram nos municípios de Arvorezinha, Bento Gonçalves, Boqueirão do Leão, Canela, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Coqueiro Baixo, Dom Pedro de Alcântara, Igrejinha, Mampituba, Maquiné, Pareci Novo, Parobé, Roca Sales, São Luiz Gonzaga, Rio Pardo, São Vendelino, Três Coroas e Vale Real.
Em São Luiz Gonzaga, aconteceu uma microexplosão, fenômeno caracterizado por chuvas volumosas em curto espaço de tempo, geralmente acompanhadas de rajadas de vento intensas. A ocorrência, que deixou 400 pessoas desalojadas e uma ferida, afetou cerca de 15 mil pessoas. Seis escolas, duas unidades básicas de saúde, um museu arqueológico e a sede de uma cooperativa também foram sofreram danos.
O município decretou situação de emergência, reforçando documento emitido em 31 de maio por causa do volume de chuva que danificou estradas e prejudicou o fim da colheita da soja na cidade. A Defesa Civil informa que já recebeu a primeira carga de itens de ajuda humanitária para ser entregue aos afetados na cidade.
Em Três Coroas, no Vale do Paranhana, onde até às 17h de domingo choveu 127 mm, o rio transbordou e alagou três bairros. Também foi registrado um deslizamento de terra. A prefeitura informou, no final de noite de domingo, que o rio já tinha voltado ao seu leito. Os bombeiros informaram que seguem em estado de alerta e pediram para que os moradores continuem atentos.
Em São Sebastião do Caí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, famílias começaram a sair de suas casas devido ao avanço das águas sobre a cidade nesta segunda-feira. No início da manhã, o rio Caí marcava 3,3 metros acima da cota de inundação, que é de 10,5 metros.
No distrito de Barra do Ouro, em Maquiné, 2 mil pessoas ficaram ilhadas devido à interrupção das estradas ERS-484 e ERS-239. Em Dom Pedro de Alcântara, um movimento de massa ocasionou o desmoronamento de uma comunidade religiosa. Não há registro de feridos, somente de danos materiais.
A Defesa Civil informa que os demais municípios afetados registraram chuvas intensas, alagamentos e inundações pontuais, além de destelhamentos. As regiões da Serra Gaúcha e do Litoral Norte reportaram pequenos movimentos de massa sem maiores danos.
Semana de tempo instável preocupa
A MetSul Metereologia emitiu alerta para cheias de rios devido aos elevados volumes de chuva deste domingo e ainda ao que é esperado de precipitação nos próximos dias. O instituto “projeta elevação acentuada no curto prazo de rios de resposta rápida e de alta declividade, casos do Taquari e Caí. Gravataí e Sinos, que nascem entre o Litoral Norte e a Serra, possuem resposta mais lenta assim como o Jacuí”.
Neste cenário, a MetSul aponta que os rios com maior potencial de elevação são o Uruguai, Jacuí, Taquari, Sinos, Gravataí e Caí. No final da manhã desta segunda-feira, o nível do Rio Taquari, em Estrela, estava em 22,89 metros e subia com tendência de gradual elevação no restante do dia com a água que desce da Serra Gaúcha.
Ainda segundo o instituto de metereologia, todos os modelos numéricos analisados sinalizam que, na tarde e noite desta segunda, deverá chover muito em municípios do Oeste e do Meio-Oeste catarinense, com a chuva avançando na sequência para o Rio Grande do Sul. “As regiões de maior risco de chuva forte a intensa entre o final desta segunda e o início da terça são o Noroeste, o Médio e Alto Uruguai, o Alto Jacuí, o Planalto Médio, a Serra (cidades mais ao Norte da região) e os Campos de Cima da Serra.”
Apesar da previsão e do indicativo de cheias, a MetSul Meteorologia enfatiza que “os níveis esperados nesta semana não atingirão as marcas extremas observadas na primeira semana de maio porque choveu muito menos que na virada de abril para maio”.
Fonte: Brasil de Fato