Após quatro dias de paralisação, os trabalhadores do Polo Petroquímico de Triunfo (RS) encerraram a greve com uma vitória significativa. Na quarta-feira (26), logo após saírem da Assembleia Legislativa do estado, representantes sindicais foram procurados pela patronal para uma reunião. Durante o encontro, as empresas apresentaram uma nova proposta que incluía um aumento de 5% na correção salarial, superando o índice do INPC de 3,34%, além de melhorias nos benefícios como aumento no vale alimentação, introdução de um auxílio para café da manhã, e aumento no valor da cesta natalina.
Na manhã desta quinta-feira (27), às 8h, em assembleia realizada na porta da fábrica da Braskem, a proposta foi apresentada aos trabalhadores e trabalhadoras, obtendo aprovação de 85% da categoria. Com isso, a greve foi encerrada e um novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), foi firmado, estendendo-se pelos próximos 12 meses.
Júlio Selistre, presidente do Sindiconstrupolo, destacou a união da categoria durante os quatro dias de greve, enfrentando adversidades como condições climáticas desfavoráveis e falta de transporte e alimentação.
“Isso que a gente vê aqui, é uma demonstração da mobilização da categoria, de todo trabalhador terceirizado. Forte, unido. Quatro dias de greve abaixo de chuva, sem transporte para o retorno para casa, sem alimentação. Um descaso total da patronal e da Braskem. Mas o sindicato juntamente com seus trabalhadores, não baixaram a guarda. Fomos à luta para avançar a proposta para os trabalhadores”, destacou Júlio.
Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, participou da assembleia e elogiou a determinação dos trabalhadores em não ceder à pressão dos empregadores, destacando a importância da mobilização para combater a exploração laboral. “Temos que achar caminhos para diminuir a exploração da patronal, por isso parabéns pelo movimento de vocês, que não aceitaram a intimidação dos patrões, e hoje estão saindo vitoriosos”, comemorou.
O presidente do Sindipolo, Ivonei Arnt, também enalteceu a coragem dos trabalhadores, ressaltando que a greve foi fundamental para assegurar condições dignas de trabalho. “Aqui tem sindicato, tem organização, que não é na base da intimidação, que eles vão botar goela abaixo uma campanha salarial com reajuste reduzido, e sem correção do vale alimentação e demais benefícios. Tivemos quatro dias de muita luta, muita determinação, onde demos o recado a essas empresas”.
O dirigente do Sindipolo, Gerson Cardoso, destacou que, “a CUT não é só um boné. A CUT é nós todos unidos. É isso que o patrão tem medo. É isso que nós estamos encarando aqui com a cabeça erguida. Tentaram dizer, que a gente não estava deixando ninguém trabalhar. Não! É o trabalhador que está criando e desenvolvendo sua consciência de classe, e eles têm medo disso”.
A greve no Polo Petroquímico de Triunfo não apenas resultou em ganhos concretos para os trabalhadores, mas também fortaleceu o movimento sindical na região, demonstrando a importância da união e da luta coletiva na defesa dos direitos trabalhistas.
Fonte: CUT