Trabalhadores e trabalhadoras da educação pública do Rio Grande do Sul realizam ato nesta terça-feira (16), às 9h, em defesa de salário digno e contra pacote proposto pelo governo do estado para criação de parcerias público-privadas para escolas estaduais. O grupo se reúne em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual. Uma comitiva vai visitar gabinetes de deputados e deputadas estaduais, e serão entregues contracheques de profissionais da área, denunciando aos parlamentares a situação da categoria.
“Neste dia de luta vamos para dentro da Assembleia Legislativa conversar com os deputados para que eles não aprovem essa reestruturação de quadro onde os servidores da manutenção e da merenda estão fora. Nós também queremos discutir um reajuste para todos como o governador já tinha dito, fazer um piso para os funcionários”, afirma Helenir Schüler, presidenta do CPERS, sindicato que representa a categoria.
O dia de luta foi aprovado durante a assembleia da categoria na sexta-feira (12), mesmo dia em que servidores realizaram ato na praça dos três poderes, onde exigiram valorização salarial.
Para o CPERS, o governador busca aprovar às pressas um pacote de reestruturação das carreiras do funcionalismo estadual, excluindo aqueles que recebem menos, como funcionárias e funcionários de escola, “que sobrevivem com um salário base de míseros R$ 657,00. A proposta atual do governo Leite (PSDB), entre outras maldades, é discriminatória, desrespeitosa e visa deliberadamente dividir a base”, destacou o sindicato.
A categoria reivindica ainda a revisão geral dos salários e o fim do desconto previdenciário dos aposentados. De acordo com o sindicato, as perdas salariais somam 63,17% desde 2014 devido à falta de reposição da inflação, enquanto a revisão concedida aos servidores foi de apenas 6% em 2022.
“Não podemos aceitar deixar pessoas fora do projeto. Queremos um projeto onde todos sejam contemplados e um projeto que seja discutido com a categoria”, ressalta Schüler.
O governo do Rio Grande do Sul lançou, no Diário Oficial de segunda-feira (8), uma consulta pública sobre parceria público-privada (PPP) para qualificação de infraestrutura e gestão administrativa de 99 escolas estaduais – localizadas em áreas de vulnerabilidade. O número representa 4,2% da rede de ensino. A duração da concessão será de 25 anos.
“O projeto deve ser votado nesta semana na Assembleia Legislativa, tornando nossa pressão fundamental! Vamos juntas e juntos lutar pela valorização da nossa carreira, por uma educação de qualidade e resistir a mais esse ataque”, destaca o sindicato.
Fonte: CUT