A OEA (Organização dos Estados Americanos), o principal organismo internacional de ingerência imperialista na América Latina, informou, nesta terça-feira (30), que não reconhece o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que proclamou a reeleição do presidente Nicolás Maduro. No relatório, a OEA declara, sem apresentar qualquer prova, que ”vícios, ilegalidades e más práticas” teriam ocorrido durante o processo eleitoral. Assim, endossou as acusações feitas pela oposição venezuelana e pelo Departamento de Estado norte-americano.
A OEA teve um papel decisivo no golpe militar na Bolívia contra o então presidente Evo Morales, deposto em 2019. Após ser eleito para um terceiro mandato, Morales foi acusado de ter fraudado a eleição – novamente, sem que houvesse provas. A OEA publicou um relatório corroborando as acusações da oposição, aumentando, assim, a pressão sobre o regime político, que acabou sucumbindo a um golpe fascista, comandado pela polícia boliviana.
Alguns meses depois, um extenso estudo publicado pelo Centro de Investigação em Economia e Política (CEPR, na sigla em inglês) constatou que os dados apresentados no relatório da OEA sobre as eleições da Bolívia foram deturpados.
“Na verdade, parece haver a intenção de justificar acusações feitas pela OEA no dia seguinte as eleições, que foram apressadas, e, em últimas instâncias, indefensáveis, mas muito prejudiciais”, disse o pesquisador Jake Johnston, um dos responsáveis pelo estudo.