Na noite de 7 de outubro de 2024, estudantes da Universidade de Buenos Aires (UBA) ocuparam o campus em protesto contra o veto do presidente Javier Milei à lei que previa um aumento no financiamento das universidades públicas para 2025. A manifestação atraiu mais de 1.000 pessoas, incluindo trabalhadores em greve de hospitais, que se somaram ao ato. A Faculdade de Filosofia e Letras emitiu um comunicado pedindo a aprovação imediata da lei, que será discutida no Congresso em 9 de outubro.
Os manifestantes planejam manter a ocupação por 48 horas, garantindo a continuidade das aulas durante o período. Além de pressionarem pela rejeição do veto presidencial, os estudantes também exigem a convocação de professores para negociações salariais e o aumento das bolsas para os alunos de ensino superior. Luca Bonfante, secretário-geral do Centro de Estudantes de Filosofia e Letras, reforçou a importância de abordar essas demandas cruciais para a manutenção de uma educação pública de qualidade.
O veto de Milei, anunciado em 3 de outubro, foi justificado pelo presidente sob o argumento de que um aumento no financiamento universitário comprometeria as já combalidas finanças públicas do país. Na prática, a política de Milei segue uma lógica de austeridade extrema, com cortes em setores essenciais como educação e saúde para priorizar o pagamento da dívida externa e assegurar a confiança do mercado financeiro.
A crise econômica na Argentina é um reflexo direto das medidas reacionárias implementadas pelo governo Milei. Desde que assumiu o poder, o presidente adotou um modelo econômico neoliberal que resultou em uma série de privatizações e cortes orçamentários, levando ao aumento do desemprego, à inflação descontrolada e ao empobrecimento da população. Com a economia à beira do colapso, cresce a insatisfação popular, e mobilizações como a dos estudantes da UBA podem ser o estopim para um movimento mais amplo.