Apagão em SP: Enel cortou investimentos e ampliou pagamento de dividendos a acionistas estrangeiros

Brasil 247 Mais uma vez a população de São Paulo é vítima do descaso da Enel. Durante o fim de semana,  2,1 milhões de consumidores ficaram sem eletricidade em São Paulo. A empresa italiana adotou uma estratégia global de redução de custos, do número de funcionários e de investimentos, privilegiando o pagamento de dividendos a acionistas estrangeiros, aponta reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

Em 2023, a empresa tinha 15.366 funcionários, uma queda significativa em comparação aos quase 27 mil de 2020. 

A crise de confiabilidade no serviço da Enel reforça as críticas de que uma estratégia de corte de custos e priorização de dividendos para acionistas estrangeiros, em vez de reinvestimento em melhorias na infraestrutura, pode estar comprometendo a qualidade do fornecimento de energia.

Essa tensão é ampliada pelo histórico recente da empresa no Brasil. Após o anúncio de novembro de 2023, que também deixou milhões sem luz, a Enel promoveu uma troca de sua liderança no país como parte de uma tentativa de recuperar sua imagem. No entanto, mesmo com as mudanças internacionais e promessas de investimento, o impacto dos cortes de pessoal e a redução de trabalhadores terceirizados geraram questionamentos sobre a capacidade da empresa de responder de maneira eficaz às demandas da população. 

A resposta da Enel ao apagão na região metropolitana de São Paulo ficou aquém do esperado, afirmaram representantes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo) após reunião neste domingo (13). O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que a empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo não cumpriu com o plano de contingência para eventos climáticos extremos e mobilizou poucos funcionários para lidar com a situação.