Nesta terça-feira (29), o Knesset (parlamento israelense) aprovou uma lei proibindo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) de atuar na Palestina, incluindo Jerusalém Oriental e a Cisjordânia. Conforme a legislação, a organização e todos seus funcionários devem se retirar dos territórios em no máximo 90 dias.
Parlamentares sionistas também aprovaram lei que impede toda a comunicação entre autoridades e organizações israelenses com a agência. Igualmente, o Knesset votou para classificar a UNRWA como uma organização terrorista, o que anula acordo firmado no ano de 1967, que permitia a organização prestar ajuda humanitária aos refugiados palestinos.
Para além das organizações próprias do povo palestino, a UNRWA é a principal organização humanitária atuando na Palestina. Segundo Antonio Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), “não há alternativa à UNRWA”, acrescentando que “a implementação dessas leis seria prejudicial para a resolução do conflito israelense-palestino e para a paz e a segurança na região como um todo. Como eu disse antes, a UNRWA é indispensável”.
Philippe Lazzarini, o Comissário Geral da UNRWA, declarou em publicação em sua conta oficial no X (antigo Twitter) que as medidas sionistas “não são nada menos que punição coletiva”. Segundo ele, “estas leis só irão aprofundar o sofrimento dos palestinos, especialmente em Gaza, onde as pessoas têm atravessado mais de um ano de puro inferno. Privará mais de 650.000 meninas e meninos da educação, colocando em risco uma geração inteira de crianças”.
O Hamas, principal liderança do povo palestino, se pronunciou, afirmando que rejeita e condena “veementemente a votação do Knesset do inimigo sionista sobre um projeto de lei que proíbe o trabalho da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados Palestinianos (UNRWA) nas terras palestinianas ocupadas” e considera “que faz parte da guerra dos sionistas e agressão contra o nosso povo para liquidar a nossa causa nacional e o direito dos refugiados palestinos a regressarem às suas casas de onde foram deslocados à força pelos bandos sionistas”.
Diante disso, afirmou que “a comunidade internacional e as Nações Unidas são obrigadas a assumir posições firmes contra esta entidade sionista desonesta que desafia a vontade internacional e os organismos da ONU, e a fornecer apoio à UNRWA para garantir a continuação do seu trabalho na prestação de ajuda ao nosso povo, especialmente à luz do atual genocídio sionista na Faixa de Gaza”.