Brasil 247 – Silvia Mônica Cadenas Prado, mãe do estudante de medicina Marco Aurélio Cadenas da Costa, morto por um policial militar em São Paulo, criticou a postura do governador Tarcísio de Freitas em entrevista à TV 247. Durante o desabafo, Silvia destacou a ausência de solidariedade por parte do governo estadual diante da morte de seu filho.
“Eu queria um pedido de desculpas de Tarcísio. Queria ter um abraço fraterno, um acolhimento. Eu sinto muito a morte do meu filho como ninguém”, afirmou Silvia. Ela ressaltou que esperava, ao menos, uma manifestação de solidariedade. “Se eu estivesse no lugar dele, teria humildade e pedido desculpas. Meu filho não era ladrão, não era delinquente. Era vítima de uma polícia despreparada.”
Silvia também criticou a condução da segurança pública em São Paulo. Segundo ela, o governador mantém no comando da Polícia Militar figuras que incentivam o uso da força letal. “Tarcísio colocou no comando da segurança um homem que tem como maior mérito ter passado dois anos na Rota e matado 16 pessoas. Isso incentiva a tropa a matar”, disse.
A médica intensivista relatou o sofrimento de ter visto as imagens das câmeras corporais que registraram a ação policial. “Meu filho estava sentado, apoiado na grade, sem poder correr. Um policial deu um chute na barriga dele e, ao se defender, outro atirou.”
Silvia também criticou a reação do governador após o caso. “Ele disse que faria o mesmo que nós, pais, estamos fazendo ao reclamar. Mas ele não entende a dor que é perder um filho.”
Em relação às investigações, Silvia informou que o policial envolvido não foi preso e continua em liberdade. “Até agora, 55 dias após a morte do meu filho, os policiais estão em casa. Eles tiveram o direito de abraçar suas mães no Natal. Meus filhos nunca mais poderão abraçar o irmão.”
Por fim, Silvia questionou o silêncio de Tarcísio de Freitas. “Eu gostaria de perguntar ao governador: o que ele sentiria se a polícia que ele tanto defende matasse o filho dele?”
A família aguarda decisão da Justiça sobre o pedido de prisão do policial envolvido