Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Central Única dos Trabalhadores (CUT) – Com a aproximação da data-base da categoria (1º de setembro), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem intensificado as conversas com os trabalhadores nas empresas para mobilizar a companheirada a fortalecer a Campanha Salarial 2024. Esta semana, os trabalhadores e trabalhadoras aprovaram a disposição de luta em assembleias nas empresas, Alumbra, Blawer e Itaesbra.
Até o momento, os representantes da FEM/CUT-SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP) já realizam 20 rodadas de negociações com as bancadas patronais, com exceção do G10. A Federação busca chegar a um entendimento com todos com sindicatos representantes das empresas, com o objetivo de firmar acordos de forma coletiva. A ideia, conforme reforçam os dirigentes, é que não seja necessário negociar por fábrica.
Porém, reforçam que para isso é importante a categoria demonstrar unidade e organização com para pressionar os patrões, conseguir a assinatura da Convenção Coletiva na sua totalidade e o aumento real até o início do próximo mês.
Alumbra
Na última segunda-feira, 5 de agosto, os Metalúrgicos do ABC estiveram na Alumbra, em São Bernardo. A empresa pertence ao Grupo 2, que, de acordo com o coordenador de área, Sebastião Gomes de Lima, o Tião, tem voz ativa na mesa de negociação do grupo patronal.
“Este ano, a bancada patronal do Grupo 2 dificultou o recebimento da nossa pauta de reivindicações, só após a mobilização de uma grande assembleia da Federação envolvendo trabalhadores, militantes e os sindicatos que compõem a base da FEM/CUT, eles protocolaram a nossa pauta. Esse gesto indica que precisamos mobilizar a categoria para enfrentar qualquer resistência desse grupo em negociar”.
“É importante que todos tenham bem claro que a reposição da inflação mais aumento real e renovação da Convenção Coletiva não são automáticos, exige muito esforço, garra, e disposição de luta. Precisamos nos manter firmes até a conquista que desejamos para que todos sejam recompensados com um reajuste salarial, digno e motivador”, reforçou Tião.
Itaesbra
Em assembleia realizada na tarde de quarta-feira (7) na Itaesbra, em Diadema, o coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano, o Da Lua, falou do momento atual da economia brasileira, citou a alta taxa de juros e chamou a participação do pessoal na fábrica.
“O Sindicato não é inimigo de nenhum empresário, de nenhuma empresa, pelo contrário, temos muitas lutas em comum, uma delas é a questão da indústria e da economia. Se a economia vai bem, nos dá condição de avançar na negociação dos benefícios”.
“Não queremos viver novamente o que vivemos no ano passado, foram muitas negociações por empresa. Queremos sair com a Convenção Coletiva, reposição da inflação e aumento real para toda a nossa categoria”.
Da Lua relembrou o compromisso da Federação e do Sindicato de, até o dia 30 de agosto, chamar a base para uma grande assembleia. O dirigente destacou ainda a necessidade da redução das altas taxas de juros que impedem o crescimento da economia, também um dos eixos da Campanha Salarial.
O coordenador de área, Gilberto da Rocha, o Amendoim, lembrou que no ano passado muitos acordos foram fechados por empresa. “É a assinatura por grupo que nos dá a garantia, a certeza de que toda a categoria vai ter o mesmo reajuste de salário, o mesmo direito. E a partir dessa percepção, o Sindicato se antecipou, chamou um diálogo com os empresários, com os sindicatos patronais, para reforçar que este ano temos que chegar a um acordo no grupo, é a nossa prioridade”.
Amendoim avisou a companheirada que tem um impacto grande quando os patrões se deparam com as fotos da categoria mobilizada na Tribuna Metalúrgica. “Isso irá impactar e fazer com que a nossa bancada tenha êxito na mesa de discussão da nossa campanha salarial”.
O CSE na fábrica, Sidnei da Silva Moreira, destacou a necessidade de fortalecer a representação se associando ao Sindicato. “Somos eleitos para representar vocês e correr por todos, ajudar a melhorar o dia a dia, independentemente de ser sócio ou não, mas o trabalhador que é sócio, fortalece mais a nossa luta”.
“Devemos nos manter unidos na busca para conquistar o melhor. Separados, a gente não consegue nada”, frisou o CSE, Jerson Portela Geremias, o Bahia.
Blawer
Na Blawer, em São Bernardo, a assembleia de mobilização foi realizada na última terça-feira, 6. O coordenador de São Bernardo, Jonas Britto, também bateu na tecla da necessidade de fechar os acordos de maneira conjunta. “Não podemos correr o risco de acontecer o que aconteceu ano passado, parte sem Convenção Coletiva assinada e sem INPC e aumento real. A ideia é iniciar o mês de setembro com todos os direitos garantidos. Todos precisam estar mobilizados, porque se não tiver proposta, vamos precisar intensificar a luta para garantir um bom desfecho”.