No estado de São Paulo, a Polícia Militar lançou pelo segundo ano consecutivo uma operação de massacre da população, a Operação Escudo. Na Baixada Santista os PMs já assassinaram 20 pessoas desde o dia 2 de fevereiro. No entanto, isso não foi o suficiente para a direita bolsonarista que governa o estado. Na quarta-feira (14), o governador Tarcísio de Freitas deliberou um reforço de 400 policiais militares na operação. Algo que certamente irá aumentar ainda mais a chacina.
O portal Ponte Jornalismo publicou uma reportagem que demonstra o nível de fascismo da ação da polícia no litoral paulista. A ativista Fran L’esraistre denunciou: “não tem dia nem hora para acontecer. Eles não querem saber quem está dentro. Então, um chute que eles dão na porta dessas casas quebra a porta, quebra tudo, porque é palafita. Teve uma família, que eu atendi, que o policial entrou na casa da pessoa, começou a revirar a casa toda e pediu pra mulher: ‘fala pra essa criança calar a boca, senão eu vou te matar aqui na frente dela’. As crianças não podem ver policial que já começam a tremer e a chorar. É revoltante”.
Dentre os executados pela PM estão o catador de latinhas José Marques Nunes da Silva, de 45 anos, assassinado logo no dia 3 de fevereiro, executado quando voltava para casa após o seu trabalho. Também foram assassinados o deficiente visual Hildebrando Simão Neto e Davi Gonçalves Dias, que foram executados dentro de casa enquanto passavam um café. A casa onde se encontravam foi invadida, alguns familiares foram expulsos pelos PMs e ambos foram executados.
O membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Cássio Thyone Rosa, denuncia que a polícia esconde seus crimes: “os registros da PM são repetitivos, falando de trocas de tiro, morte, drogas e armas encontradas com suspeitos. É uma repetição que parece uma receita pronta”. Ou seja, a polícia, além de executar os trabalhadores a sangue-frio, ainda realiza o crime de alterar as circunstâncias em que os corpos são encontrados para que eles não sejam culpabilizados.
Esse caso da segunda Operação Escudo, que remete a primeira que matou 28 pessoas em 2023, é mais uma demonstração do real motivo da existência da Polícia Militar. Assassinar e aterrorizar a classe operária, principalmente nas grandes cidades. Não há outra política correta em relação a PM que não pedir a sua extinção completa. Os trabalhadores, por sua vez, deveria ter o direito de se armar e organizar comitês de autodefesa para se proteger da polícia.