Ativistas estendem bandeira da Palestina de 70 metros na Ponte Estaiada

Nesta terça-feira (16), ativistas dos Comitês de Luta estenderam uma bandeira da Palestina de 70 metros na Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira, no bairro do Brooklin.

Segundo os ativistas, a Ponte Estaiada foi escolhida como local da manifestação devido ao grande fluxo de carros e de pessoas ao redor. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) dão conta de que ela permite o fluxo de 8 mil veículos por hora. Já a Marginal Pinheiros, que passa por baixo da ponte, registra aproximadamente 610 mil veículos por dia, somando carros, caminhões e ônibus, e 25 mil por hora durante horários de pico.

Além disso, o Bom Dia SP, da Rede Globo, transmite diariamente imagens da ponte ao vivo. Uma bandeira menor, aberta ao lado da principal, efetivamente apareceu na edição do dia do programa, algo classificado como uma vitória pelos ativistas.

“Queremos furar a censura da grande imprensa e mostrar a todo o mundo a solidariedade do povo brasileiro com o povo palestino”, afirmou um dos ativistas responsáveis pelo ato.

A ação ocorreu no aniversário de 43 anos do Massacre de Sabra e Chatila, quando milhares de palestinos refugiados no Líbano foram brutalmente torturados e assassinados por milícias falangistas libanesas com a coordenação do exército israelense e o apoio dos Estados Unidos e outras nações.

O massacre ocorreu após a invasão do Líbano pelas forças de “Israel”, que já haviam sitiado Beirute, bombardeado a cidade por semanas e provocado a morte de 18 mil palestinos e libaneses. A saída da OLP para a Tunísia, sob mediação dos EUA, deixou os refugiados desarmados e à mercê da vingança da Falange, aliada do Estado israelense. Ariel Sharon e o alto comando militar sionista supervisionaram a operação, iluminando a área com sinalizadores enquanto os falangistas executavam a matança.

Apesar da comoção internacional, nenhuma punição foi imposta. A Comissão Kahan atribuiu a Sharon apenas “responsabilidade indireta”, recomendando sua saída do cargo de ministro da Defesa — anos depois, ele chegou ao cargo de primeiro-ministro de “Israel”.