Os funcionários do Quadro de Apoio do Banco do Estado da Amazônia (Basa) continuam numa verdadeira cruzada contra as demissões no banco.
Essa peleja se arrasta desde o ano de 2021, quando o governo golpista Bolsonaro e seu Ministro da Economia, o neoliberal Paulo Guedes, através do enxugamento do quadro funcional da empresa, começaram o processo de tentativa de privatização do Basa.
Mesmo depois da posse de um novo presidente do banco, no atual governo e, consequentemente, a “saída da direção bolsonarista” à frente da empresa (mesmo com a derrota na eleição presidencial de 2022 o banco continua infestado de bolsonaristas), a atual gestão do banco insiste nas demissões. O processo de demissão atinge 145 trabalhadores que, logicamente, são pais de família, de forma que cerca de 500 pessoas serão atingidas por essa medida reacionária do banco.
Nesse sentido, os bancários do Basa estão se utilizando de todos os meios para barrar essa ofensiva reacionária. Desta vez o palco da luta se deu em Brasília, no Congresso Nacional, no último dia 30 de novembro, onde os representantes dos trabalhadores participaram de uma audiência pública da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, cujo objetivo foi discutir as demissões.
Sérgio Trindade, secretário de imprensa da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Centro Norte (Fetec/cn) e Secretário-Geral do Sindicato do Pará, como membro representante desses trabalhadores diretamente atingidos pelas demissões, “condenou as demissões compulsórias do Basa e defendeu a manutenção emprego de todos os empregados, como condição necessária para o banco desempenhar a missão de alavancar o desenvolvimento sustentável da Amazônia”. (Site Fetec/cn 01/12/2023)
Na audiência, Trindade salientou outro problema grave que a direção do banco está implementando contra os seus funcionários, a respeito ao quadro de engenheiros da empresa: “houve o PDV (Plano de Demissão “Voluntária”) para o quadro de engenheiros e não foi atingida a adesão que o banco queria. Será que agora também o Basa vai adotar uma medida de demissão compulsória para os engenheiros?” (idem)
Trindade cita ainda a declaração do atual presidente do banco, Luiz Lessa, em que afirma o seu incômodo com a grande quantidade de engenheiros no banco, onde ele sente que a instituição parece ser uma construtora.
Vale ressaltar que o atual presidente do Basa, Luiz Lessa, é um “notável” neoliberal, tendo trabalhado no Banco do Brasil no exterior e um expert no que tange a Fusões e Aquisições de empresas, ou seja, um privatista, com atuação nos Conselhos de Administração das companhias Rio Grande energia, CELPE, COELBA e Neoenergia, além disso, já foi diretor da Câmara de Comércio Brasil- Unidos (Flórida) e da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Korea. Para finalizar, Luiz Lessa foi empossado, como presidente do Basa, através da indicação do Senador Eduardo Braga (MDB-AM), um notório direitista que dentre os seus feitos votou no Senado Federal, no processo de golpe de Estado, a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente em 2014.
Diante disto, é preciso barrar a ofensiva reacionária da direção do Basa e aprofundar a luta, levantando uma ampla mobilização que unifique os bancários contra a política de demissão em massa na categoria bancária.