Nessa terça-feira (21), centenas de trabalhadores bancários do antigo Banespa (Banco do Estado de São Paulo) que, na década de 1990, no famigerado governo de FHC/Mário Covas (PSDB), foi doado para o Banco espanhol Santander através de uma fraude contábil, saíram às ruas em protesto aos ataques do banco imperialista espanhol em solo brasileiro em relação ao plano de previdência complementar (Banesprev) dos seus funcionários e do seu plano de saúde (Cabesp).
“Maria Rosani, presidenta da Afubesp, associação que luta em defesa dos empregos e direitos dos funcionários da ativa e aposentados do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp, afirma que agora, 23 anos depois de colocarem as garras no Banespa, o Santander quer apagar seus aposentados e famílias que dependem dos benefícios para manter suas vidas. ‘O Banesprev, que outrora era assegurado por 18 meses no pós-privatização, foi motivo de muita luta e suor para sua manutenção até agora – e uma aposentadoria tranquila é um direito dos participantes. Nós não aceitaremos mais nenhuma privatização e nenhum direito a menos’”. (Site Contraf/Cut 21/11/2023)
Os fundos de pensão das empresas estatais brasileiras constituem um montante em torno de 900 bilhões de reais em patrimônio e sempre foram alvo da cobiça dos especuladores financeiros, que não satisfeitos em ter todo esse ativo engordando seus lucros, querem participar do controle cada vez mais direto da gestão destes fundos e excluindo a influência dos representantes dos funcionários da tomada de decisão da gestão dos fundos.
A retirada do patrocínio da controladora dos Planos I e II e a transferência da gestão do Plano V e Pré-75 será um duro golpe nos trabalhadores, principalmente os aposentados, que não terão condições de arcar com os custos dos seus planos. O Banco Santander tem seis pedidos de retirada de patrocínio, envolvendo quase 20 mil participantes, assistidos e pensionistas, no montante de R$8,36 bilhões. Não tenhamos dúvida que a retirada do patrocínio do Santander visa, em primeiro lugar, aumentar os seus lucros às custas da miséria dos seus ex e atuais empregados. E não só isso. Como a maioria dos trabalhadores já são aposentados, ou seja, todos já com uma certa idade elevada, são os que mais necessitam de recursos para se manterem vivos. Em segundo lugar, com essa política, vários trabalhadores terão que procurar um outro plano de benefícios, em outras palavras, beneficiar mais uma vez os banqueiros parasitas dos trabalhadores e da população em geral.
O ato do dia 21 deve ser o pontapé inicial de uma gigantesca campanha pela manutenção dos planos de saúde e aposentadoria dos trabalhadores do Santander. É necessário aumentar a organização e a unidade das categorias e reagir nas ruas contra mais essa medida. Neste momento, as lutas parciais (contra a terceirização, contra a previdência, contra os ataques aos sindicatos, cortes de salários, demissões etc.) não são suficientes para contrapor todos estes ataques, a única forma é unificar os movimentos de luta e defesa dos trabalhadores bancários no sentido da manutenção de todos os seus direitos, conquistados através de muitas lutas ao longo de um século de história.