Bancos lucram como nunca e desempregam como sempre

O último balanço da Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) mostra que em agosto, o setor bancário reduziu o número de vagas, apuração feita com base em dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Segundo a pesquisa, no primeiro semestre do ano, mais de 5 mil postos de trabalho foram fechados. No acumulado de julho de 2022 a junho de 2023, foram 4,6 mil vagas a menos.

Além da redução no quadro de trabalhadores, a pesquisa revela que os salários da categoria sofrem um arrocho. Enquanto a média salarial do bancário admitido em junho atingia R$6.308,16, o desligado chegava a R$7.496,81, fazendo os banqueiros economizarem 15,86% com o pessoal novo em relação aos mais antigos.

Os números poderiam sugerir uma crise no setor, mas a situação dos bancos é inversa: os quatro maiores bancos do País (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) lucraram juntos mais de R$24,3 bilhões apenas no segundo trimestre do ano. A categoria deve se unir para pôr fim às demissões, exigir que os bancos voltem a contratar trabalhadores e demandar também aumentos salariais para compensar as perdas que os bancários vêm sofrendo.