Com o preço dos bilhetes do Metrô de Belo Horizonte a R$5,30 (90 centavos mais caro do que o Metrô de SP), era de se esperar que os capitalistas da empresa Metrô BH, que adquiriu o transporte metroviário da capital mineira privatizado em março deste ano, estivessem satisfeitos, mas a realidade é outra.
Mesmo aplicando uma tarifa cara para os usuários mineiros do serviço, os capitalistas que ganharam a ex-estatal atacam também os operários da empresa com muita voracidade. Pelo menos 600 trabalhadores da antiga Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Belo Horizonte foram demitidos nesses poucos meses desde a privatização.
Para os que ficam, sobram pressões e assédios, conforme denúncia do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG):
“Dependendo da estação, só tem uma pessoa no bloqueio e outra na bilheteria. Aumentou o preço da passagem, mas não melhorou o sistema”, comentou Alda Lúcia Fernandes dos Santos, da direção do Sindimetro-MG, em entrevista ao sítio Brasil de Fato (“Trabalhadores do metrô de BH denunciam condições precárias após privatização”, Ana Carolina Vasconcelos, 20/7/2023).
“[A empresa] quer que o maquinista passe a trabalhar por oito horas, sendo que a jornada é de seis horas. Reduziu também o quadro da manutenção” (Idem), acrescenta Santos. Segundo a sindicalista, os reflexos já se fazem sentir no adoecimento da categoria: “já tivemos quatro tentativas de suicídio” (Idem)”, conclui.
É preciso uma ampla mobilização dos metroviários para que o ataque à categoria e ao povo seja derrubado e o serviço de transporte sobre trens volte a ser estatal, colocado sob controle dos operários. O ataque dos direitistas Jair Bolsonaro e Romeu Zema só pode ser revertido com uma forte luta da categoria.