Atingidos de 14 municípios impactados pelo crime da Samarco/Vale/BHP Billiton na Bacia do Rio Doce se reuniram, nesta segunda-feira (17), em Belo Horizonte (MG), para pedir por participação popular durante o processo de negociação da repactuação.
“Não sabemos como esse recurso será aplicado, não sabemos se os direitos pelos quais lutamos há quase nove anos serão garantidos”, denunciou Letícia Oliveira, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e moradora da cidade mineira Mariana, nas redes sociais.
Durante a mobilização, um ofício foi entregue ao Tribunal Regional Federal da 6° Região (TRF-6) com pedido para que seja realizada uma audiência pública com a presidência da instituição e com a mesa de repactuação.
Os atingidos também foram ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para denunciar violações ambientais que ainda perduram.
A mobilização ainda foi à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para debater sobre o abastecimento de água na região.
Em que pé estão as negociações?
Como publicado pelo Brasil de Fato, no fim de abril deste ano, as mineradoras apresentaram a proposta de R$127 bilhões em reparação, com pagamento de R$72 bilhões em dinheiro, ao longo de um período não informado, aos governos federal, de Minas Gerais, do Espírito Santo, e aos municípios atingidos. No total, R$18 bilhões seriam investidos em ações de reparação. A União e o Espírito Santo rejeitaram a proposta.
Recentemente, a União e os estados fizeram uma contraproposta de R$109 bilhões.
Segundo estimativas do MAB, seriam necessários, no mínimo, R$500 bilhões para uma reparação socioambiental integral dos danos que recaem sobre 49 municípios, três estados e mais de 2 milhões de pessoas.
Fonte: BdF Minas Gerais