O antigo Centro de Treinamento Gustavo Paiva, que por quase um século foi a casa do CSA, enfrenta agora um destino desolador devido ao desastre causado pela mineração da Braskem. O conhecido ‘campo do CSA’, localizado no bairro do Mutange, em Maceió, perdeu sua identidade e se tornou irreconhecível.
O que um dia foi o palco de glórias e conquistas para o Clube Sportivo Alagoano, ao longo dos últimos anos, transformou-se em um canteiro de obras para os serviços de fechamento das minas que exploravam sal-gema na região. A mina 18, que colapsou recentemente, estava situada na área onde funcionou, durante 97 anos, o Centro de Treinamento do Azulão.
O Estádio do Mutange, fundado em 22 de novembro de 1922, foi testemunha do crescimento do CSA e do futebol alagoano. O clube viveu momentos marcantes, conquistou títulos notáveis, realizou jogos internacionais, incluindo um contra o Vélez Sarsfield, da Argentina, e revelou talentos como Dida e Peu, que também brilharam no cenário nacional pelo Flamengo.
A mudança do CSA do Mutange foi resultado de uma indenização milionária da Braskem. A empresa mineradora extraiu sal-gema do bairro e, para liberar a área, o clube recebeu uma compensação financeira significativa, no valor de R$ 31,8 milhões. Durante três anos, o CSA ocupou o Centro de Treinamento do Nelsão enquanto construía sua nova casa no bairro Benedito Bentes, na parte alta de Maceió.
Em junho deste ano, o CSA realizou a mudança definitiva para o novo Centro de Treinamento, que abriga todas as instalações administrativas, médicas e esportivas do clube. O antigo CT no Mutange, que por décadas foi símbolo da história do CSA, agora é um testemunho da devastação promovida pela Braskem.