O 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) acentuou o caráter cada vez mais direitista da principal entidade estudantil do País, a União Nacional dos Estudantes (UNE). Se a edição anterior do evento trouxe “a primeira mulher negra nortista” a presidir a entidade e associar-se a ninguém menos que Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o 59º Congresso deu palanque a um golpista notório, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que foi vaiado.
Controlada com mão de ferro pela burocracia ligada à União da Juventude Socialista (UJS, a juventude do PCdoB), há décadas a organização não é dirigida por mais do que um grupinho de figuras que nada têm a ver com a luta e os interesses dos estudantes, mantendo-se no poder somente pelo controle ditatorial sobre a máquina eleitoral.
Entre três atos públicos farsescos (um a favor da PL da censura, outro com Lula completamente esvaziado pelo suposto “esquema de segurança” e um terceiro contra a política de juros do BC que serviu de palanque eleitoral, e não de ato de luta), a direção burocrática se manteve no comando da entidade, para a surpresa de absolutamente ninguém.
Os movimentos de luta dos estudantes devem se mobilizar para refundar a UNE pela base, fazendo uma reformulação completa da organização, outrora central ao País, mas que, atualmente, está completamente desmobilizada, servindo aos interesses da direita, daqueles que não querem que a juventude desempenhe um papel central na luta em prol dos direitos do povo.