CSN tenta censurar mobilização em defesa da Usiminas e da Ternium no Vale do Aço

Brasil 247 – A tentativa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de intimidar lideranças regionais e cercear manifestações em defesa da Usiminas e da Ternium reacendeu o debate sobre a disputa jurídica que envolve as empresas. O caso, amplamente repercutido pelos meios de comunicação locais e nacionais, teve um novo desdobramento com a interpelação extrajudicial de um dirigente de entidade que apoiou a Ternium. A informação foi destacada por fontes locais e reafirma as tensões crescentes no Vale do Aço.

A movimentação ganhou força após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de aplicar uma multa bilionária contra a Ternium, em um caso que envolve a alegação de alienação de controle da Usiminas. De acordo com pareceres técnicos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), não houve alteração no bloco de controle quando, em 2011, a Ternium adquiriu participações na empresa. A decisão judicial é amplamente contestada pela comunidade local, lideranças políticas e empresariais, que apontam o risco de impactos devastadores para a economia e o emprego na região.

O prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL), expressou sua indignação em um vídeo divulgado no último dia 10. “A multa de R$ 5 bilhões se aproxima do valor de mercado da própria Usiminas. Ficam aqui nossos votos para que o STJ tenha o discernimento para tomar uma decisão mais assertiva, em defesa da Usiminas, de Ipatinga, do Vale do Aço, de Minas Gerais e do Brasil”, declarou.

Edílio Velloso, representante dos trabalhadores no conselho da Usiminas, foi ainda mais contundente, classificando a multa como “absurda”. “A decisão não apenas ameaça milhares de empregos, mas também compromete o sustento de comunidades inteiras. É preciso reverter essa medida”, afirmou. O prefeito de Santana do Paraíso, Bruno Morato (Avante), reforçou o papel estratégico da Usiminas e da Ternium: “Estamos unidos e participaremos de todos os movimentos para garantir que a Usiminas continue em operação.”

O contexto jurídico inclui a determinação, já antiga, para que a CSN reduza sua participação na Usiminas a menos de 5% do capital social total e votante. A decisão do Cade, de 2014, foi baseada na concorrência direta entre as empresas, impedindo que a CSN ampliasse seu controle acionário.

A mobilização regional inclui entidades como o Grupo Raízes, a Associação de Aposentados e Pensionistas de Ipatinga (AAPI), a Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Joaquim Cândido, presidente da AAPI, afirmou: “Estamos comprometidos em apoiar a Ternium e proteger a Usiminas, que é vital para o desenvolvimento do Vale do Aço.”

No âmbito político, lideranças como Celinho do Sinttrocel (PCdoB), deputado estadual, enfatizaram a necessidade de união regional contra decisões judiciais que prejudiquem o setor. Parlamentares federais, como Domingos Sávio (PL-MG) e Rosângela Reis (PL-MG), destacaram o impacto negativo que o caso pode trazer para a estabilidade econômica. “É urgente uma revisão que garanta justiça para as empresas e segurança para milhares de famílias da região”, pontuou a deputada.

A tentativa da CSN de silenciar apoiadores da Ternium e da Usiminas é vista como um agravante em um cenário já marcado por conflitos jurídicos complexos. A região permanece em estado de alerta, com manifestações crescentes para garantir que as decisões judiciais não comprometam a economia local e o futuro de seus habitantes.

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