De acordo com a versão online do jornal Gazeta do Povo, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) e o youtuber Guilherme Kilter protocolaram duas notícias-crime contra militantes do Partido da Causa Operária (PCO). O ex-deputado também publicou um vídeo ao lado de Gulherme Kilter em que apresenta a notícia-crime.
Em ambos os casos, os militantes do PCO, Francisco Weiss Muniz e João Caproni Costa Pimenta são acusados de “apologia ao terrorismo” por terem declarado, em atos públicos, seu apoio ao Hamas e aos grupos armados palestinos. Caso a investigação seja aberta e os militantes sejam condenados, eles poderão ir presos.
À reportagem do Gazeta do Povo, Deltan Dallagnol afirmou que “é fundamental defender a liberdade de expressão, ao mesmo tempo, é imperioso que sejam punidos crimes como calúnia e apologia”. O Hamas, contudo, não é considerado organização terrorista, nem pelo governo brasileiro, nem mesmo pela Organização das Nações Unidas (ONU), o que torna o argumento do ex-deputado completamente inválido.
Há alguns meses, Deltan Dallagnol fazia campanha contra o Projeto de Lei das “Fake News”, caracterizando, corretamente, que se tratava de um projeto de censura. O que o deputado faz hoje, no entanto, é o mesmo que dizia ser contra: está pedindo cadeia para um inimigo político por causa de sua opinião.
Dallagnol segue o mesmo caminho apontado por 27 deputados bolsonaristas, entre os quais estão incluídos Bia Kicis, Nikolas Ferreira, Marco Feliciano e Carla Zambelli, que, na semana passada, solicitaram a abertura de inquérito contra João Caproni Pimenta por suas declarações em apoio ao Hamas. Assim como os demais, Dallagnol mostrou que os bolsonaristas não defendem de fato a liberdade de expressão. Pelo contrário: Dallagnol é defensor da mesma ordem jurídica reacionária e arbitrária que acabou levando a cassação de seu próprio mandato.
A posição de Dallagnol não causa surpresa alguma. O ex-deputado é também ex-procurador da Operação Lava Jato, uma das peças-chave do golpe de 2016 e que acabou sendo responsável pela prisão de vários dirigentes políticos e pela falência de dezenas de empresas. Na época, Dallagnol ficou famoso por dizer, sobre o hoje presidente Lula: “não tenho provas, mas tenho convicção”.
As notícias-crime contra militantes do PCO mostram o aumento da perseguição ao Partido, na medida em que este vem se mostrando como a organização que mais defende a luta do povo palestino contra o criminoso Estado de Israel. No último sábado (28), o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, endossou o apoio ao Hamas e aos grupos guerrilheiros e afirmou que o Partido fará uma grande campanha de rua, com centenas de milhares de panfletos, adesivos e cartazes, contra o genocídio do povo palestino.
Fonte: Diário Causa Operária (DCO)