Durante cessar-fogo, ‘Israel’ assassinou mais de 110 palestinos

A organização Euro-Med Human Rights Monitor denunciou que mais de 110 palestinos foram assassinados pelas forças de ocupação desde o início do cessar-fogo, evidenciando a violação sistemática do acordo por parte da entidade sionista. Esse número equivale a uma média de seis palestinos mortos diariamente, segundo levantamento da própria organização.

“Essas vítimas incluem novos assassinatos cometidos diretamente pelo exército israelense, além de indivíduos que faleceram em decorrência de ferimentos anteriores, após terem sido impedidos por Israel de viajar para tratamento no exterior”, relatou a Euro-Med.

A entidade também registrou que pelo menos 901 palestinos ficaram feridos no mesmo período, o que representa uma média de 47 vítimas diárias. Além disso, milhares de corpos continuam sob os escombros, mas os esforços de resgate são constantemente dificultados pelos bloqueios impostos por Israel, que impede a entrada de equipamentos essenciais para a retirada dos destroços.

O cerco imposto pelo regime sionista não se restringe aos equipamentos de resgate. Também são barrados “a entrada de abrigos temporários, tendas e suprimentos básicos para centenas de milhares de palestinos que tiveram suas casas destruídas”, agravando ainda mais as condições precárias da população sob um clima severo, sem proteção adequada devido à destruição maciça promovida por Israel na Faixa de Gaza.

Diante das sucessivas violações do cessar-fogo, o Hamas anunciou, há dois dias, a suspensão da liberação dos prisioneiros israelenses, justificando que “Israel” descumpriu os termos do acordo. A decisão foi comunicada cinco dias antes da data prevista para a próxima troca, a fim de que os mediadores tivessem tempo para pressionar a entidade sionista a respeitar a primeira fase do cessar-fogo. Em resposta, Donald Trump, presidente dos EUA, ameaçou transformar Gaza em um “inferno” caso os prisioneiros israelenses não fossem imediatamente libertados.

Um dirigente do Hamas reagiu às ameaças de Trump, afirmando que “a linguagem da intimidação não tem qualquer valor e apenas complica ainda mais a situação”. O líder palestino também reforçou que “deve-se lembrar que há um acordo de trégua que ambas as partes devem cumprir, pois essa é a única forma de garantir a libertação dos prisioneiros”. Em comunicado oficial, o Hamas reafirmou que o povo de Gaza permanecerá “em suas terras, resistindo a todos os planos de deslocamento forçado e deportação, mesmo sob bombardeios e agressões”.