Logo após o anúncio de que o salário mínimo brasileiro aumentaria em R$18,00, chegando a R$1.300, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) publicou uma nota se colocando contrária ao valor divulgado pelo governo, defendendo um aumento ainda maior.
Trata-se de uma iniciativa importante que serve para empurrar o governo cada vez mais à esquerda, dando a Lula as condições materiais de levar adiante um governo dos trabalhadores, que atenda às verdadeiras reivindicações do povo brasileiro.
Confira a nota na íntegra:
O governo Lula em tentativa de reparação do desmonte orquestrado pelos governos Temer e Bolsonaro, divulgou aumento do salário mínimo para R$ 1.320,00, a vigorar a partir de maio.
O salário mínimo valorizado é o maior instrumento para se diminuir a desigualdade social, apontar para o crescimento do país e remunerar corretamente a força de trabalho.
A Central Única dos Trabalhadores, que conhece os direitos e representa a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, sabe que esse aumento não é o esperado nem suficiente.
A CUT estuda a fundo, de forma técnica, todos as variáveis que influenciam e afetam a vida do trabalhador. Os cálculos do DIEESE mostram que, se o Programa de Valorização do Salário Mínimo não tivesse sido interrompido, hoje valor deveria ser de R$ 1.382,71. O que significa uma valorização de 6,2%.
A retomada do crescimento econômico só se dará com uma política consistente de valorização salarial. É a força dos trabalhadores que movimenta a economia brasileira.
Não iremos nos contentar com a proposta atual nem aplaudir quem nos está lesando.
É importante deixar claro que a CUT não foi consultada nem ouvida a respeito do novo valor do salário mínimo.
A CUT não deixará de defender o trabalhador e seus direitos.
Reafirmamos que R$ 1.382,71 é o valor mínimo que a Central Única dos Trabalhadores defende e pelo qual trabalha.
A CUT segue na luta.
Sérgio Nobre
Presidente nacional da CUT
Brasil, 16 de fevereiro de 2023