Na quarta-feira, 16 de outubro, estudantes de universidades públicas argentinas intensificaram os protestos contra os cortes orçamentários implementados pelo governo de Javier Milei. Durante essa mobilização, foram realizadas aulas públicas, ocupações e uma marcha. Na Universidade de Buenos Aires, diversas faculdades conduziram aulas nas ruas. O governo justifica a redução de investimentos na educação com a alegação de necessidade de “equilíbrio fiscal”. Contudo, até mesmo membros do Congresso reconhecem que o impacto financeiro é mínimo, representando apenas 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os cortes orçamentários têm impacto significativo nos salários de professores e funcionários administrativos, já severamente afetados pela alta inflação, que em setembro atingiu a marca de 209% em relação ao ano anterior. As manifestações, que incluem greves e ocupações de prédios, visam pressionar o governo por melhores condições nas universidades públicas. Enquanto isso, os sindicatos de professores planejam uma greve de 24 horas, seguida por outra de 48 horas, nos próximos dias, em protesto às medidas governamentais.
O clima de efervescência nas universidades públicas permanece intensificado, com assembleias e discussões sobre uma possível manifestação nacional em Buenos Aires. Apesar da crescente pressão, o presidente Milei reafirmou que não atenderá às reivindicações e anunciou a realização de auditorias nas universidades, acusando-as de ocultar irregularidades. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou que os protestos visam desestabilizar o governo, comparando a situação atual à revolta chilena de 2019, e prometeu “não permitir tais desordens”.
A mobilização estudantil continua a crescer e se radicalizar. A política necessária para o avanço dessa luta é clara: deve-se lutar pela derrubada do governo golpista de Javier Milei. Sem essa diretriz política, as vitórias dos trabalhadores e dos estudantes não serão alcançadas.