Funcionários públicos organizam greve de 36h contra Milei

Os trabalhadores do setor público da Argentina, representados pela ATE (Associação dos Trabalhadores do Estado), realizarão uma paralisação de 36 horas nos dias 29 e 30 de outubro, visando pressionar o governo de Milei. O secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar, expressou, em declaração na terça-feira (15), que “não suportamos mais a atuação deste governo”. Ele enfatizou a necessidade de “aprofundar o plano de luta” após um plenário federal que reuniu delegados de todo o país.

A paralisação terá início ao meio-dia do dia 29 e tem como objetivo “exigir do governo a reabertura imediata das negociações salariais e um ajuste que possibilite a recuperação do poder de compra perdido” desde dezembro do ano passado. Os trabalhadores da ATE também planejam realizar uma marcha até o Ministério da Desregulamentação e Transformação, localizado em Buenos Aires.

Aguiar salientou que os salários dos funcionários públicos não são mais adequados para assegurar uma vida digna, afirmando a necessidade de “interromper as ações de Milei antes que ele complete a aniquilação do direito constitucional a um salário justo”.

De acordo com a ATE, os salários dos trabalhadores estatais sofreram uma perda de 34% em seu poder de compra em decorrência da inflação. A mobilização também se opõe ao fechamento de órgãos públicos e às irregularidades relacionadas à regulamentação da Lei de Bases.

A ATE demanda, ainda, a suspensão das demissões no setor público e não descarta a possibilidade de protestos em estradas por todo o país. Atualmente, mais de 75% dos trabalhadores estatais recebem salários abaixo da linha da pobreza, conforme informações do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

Esses trabalhadores incluem funcionários de universidades públicas, que já enfrentam ocupações estudantis em todo o país, como forma de protesto contra os cortes e o veto presidencial a um projeto que visava aumentar o financiamento.

Na Argentina, o que falta é uma articulação nacional da esquerda pela derrubada de Milei. Trata-se de um governo de destruição nacional que necessita ser deposto. Até este momento, entretanto, nenhuma organização se comprometeu formalmente a isso.