Grevistas da Boeing causam US$10 bilhões de prejuízo à empresa

Os trabalhadores da Boeing decidiram encerrar sua greve. Após sete semanas de greve, desde 13 de setembro, o movimento paredista causou 10 bilhões de dólares de prejuízo (57 bilhões de reais) aos cofres da Boeing em Seattle, nos Estados Unidos. O forte movimento dos trabalhadores, organizado pelo sindicato dos maquinistas IAM da Costa Oeste dos EUA, conseguiu interromper a produção de jatos da fabricante de aeronaves e alcançar negociações que fizeram a categoria sair da greve, acreditando na proposta apresentada pela empresa.

Essa greve quebra a inércia do movimento operário na Boeing, que há 16 anos não entrava em greve. Para o sindicato, o acordo foi vitorioso, como relatou o presidente do sindicato, Jon Holden: “isto é uma vitória. Podemos manter a cabeça erguida”, declarou Holden aos trabalhadores. Agora é nosso trabalho voltar ao trabalho”. Em vários cartazes nessa assembleia de fim de greve, lia-se “greve contra a Boeing pelo tempo que for necessário”. A revolta dos trabalhadores era grande e refletiu-se na porcentagem de votação da assembleia que decretou o fim da greve, com 59% dos votos, em uma decisão acirrada.

Os trabalhadores paralisaram a produção dos aviões 737 Max, 767 e 777. Cerca de 33 mil maquinistas afetaram o regime de trabalho imposto pela empresa, mostrando que a organização dos trabalhadores é forte. Cerca de 44 mil pessoas foram impactadas por essa greve, o que demonstra a importância da paralisação ao afetar outras cadeias produtivas, como a da Ryanair, a maior companhia aérea da Europa.

A greve, que terminou nessa segunda-feira (4), teve propostas iniciais de 25% de reajuste diluídos em quatro anos. A proposta final foi de 38% de reajuste oferecido pela empresa, também diluído em quatro anos, sendo 13% imediatamente e seguidos de outros aumentos de 9%, ou seja, muito próximo do valor requerido pelo movimento paredista. Foi também exigido um plano de pensão em substituição ao plano de aposentadoria perdido em 2014 em acordo trabalhista.

O atual plano de aposentadoria ainda é motivo de frustração para os trabalhadores, pois, apesar da vitória em criar um novo plano, ele é muito inferior ao antigo.