Hoje: todos às ruas contra o golpe militar e em defesa da Palestina

Neste fim de semana, completam-se 60 anos do golpe de 1964. A data remete ao período mais macabro da história recente do país. Oficialmente, segundo a Comissão da Verdade, foram 434 mortos e desaparecidos nas mãos dos militares. Além destes, foram também cerca de duas mil pessoas torturadas pelo regime. A maioria destas pessoas eram militantes de esquerda, estudantes ou sindicalistas.

Essa perseguição política gerava um clima de terror absoluto, que reinava em todos os ambientes sociais, inclusive na própria casa das pessoas. Quantos não foram os que se livraram de livros, discos e quaisquer outros materiais que pudessem comprometê-los diante da repressão?

O retrocesso político causado pelos militares, com o auxílio do imperialismo mundial (e particularmente o norte-americano), foi a causa do fim de diversas organizações de esquerda, levando a uma desagregação geral do movimento operário nacional.

É em lembrança dessa data e em repúdio a tudo o que ocorreu que o Partido da Causa Operária convoca todos a participarem da manifestação em São Paulo, na Praça Oswaldo Cruz, localizada no começo da Avenida Paulista, às 11 horas da manhã deste domingo (31). O PCO irá levar toda sua militância, filiados e apoiadores às ruas para protestar contra isso.

É importante também considerar que a manifestação não é um repúdio a acontecimentos do passado longínquo. Embora os militares tenham sido responsáveis por um dos governos mais criminosos da história do País, ninguém foi punido por esses acontecimentos. Os mesmos algozes daquele período permanecem ocupando os mesmos postos nos dias de hoje.

E é justamente por isso que o governo brasileiro, embora governado por um partido de esquerda, está sob a tutela dos militares. O próprio fato de Lula não ter tido a coragem de incentivar os atos em repúdio ao golpe de 1964 já é uma prova dessa tutela. Para combater essa pressão da direita sobre o governo, é preciso colocar a população nas ruas e fazer uma intensa pressão à esquerda. Acertadamente, o próprio Diretório Nacional do PT declarou que irá participar das manifestações contra a ditadura pelo País. Da mesma forma, todas as organizações de esquerda e democrática devem tomar as ruas nessa data.

Mais uma oportunidade para expressar apoio à luta palestina

Conjuntamente com as manifestações em repúdio aos militares e ao golpe de 1964, a Frente Palestina chamou mais uma manifestação em solidariedade aos palestinos. Embora os últimos atos tenham sido esvaziados por sabotagem da própria esquerda pequeno-burguesa que supostamente organiza as manifestações, é fundamental que todos os setores que compreendem a importância do apoio à Revolução Palestina saiam às ruas nessa mesma data para apoiar a luta da resistência liderada pelo Hamas.

O PCO irá, portanto, trazer também as suas bandeiras e faixas em defesa da Palestina para a manifestação desse dia 31. Embora a ONU tenha aprovado um cessar-fogo durante todo o período do Ramadã, o Estado nazi-sionista de “Israel” já demonstra não ter a mínima intenção de respeitar a decisão.

Neste fim de semana, o número de assassinatos cometidos pelos sionistas já chega a 32.705, com mais 75.190 feridos, isso sem contar a gigantesca quantidade de pessoas que não estão sendo contabilizadas, por estarem embaixo de escombros ou por estarem desaparecidas em meio ao bombardeio e à mortandade cometida por “Israel”.

Mesmo assim, os combatentes do Hamas e dos outros movimentos da Resistência Palestina continuam com sua ofensiva contra as forças de ocupação sionistas. A Revolução está em andamento e tem angariado cada vez mais apoio ao redor do mundo. O próprio imperialismo está desesperado com essa situação, tendo cedido à proposta de cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU.

É o momento de mobilizar

Apenas a mobilização pode ser a solução para a situação, tanto no que diz respeito aos militares no Brasil quanto à Faixa de Gaza. Não é possível confiar nas instituições, controladas e dominadas pela direita (no caso do governo brasileiro) ou pelo imperialismo (no caso da ONU e outras entidades internacionais que supostamente medeiam o conflito entre “Israel” e Palestina).

Por isso, é preciso colocar todos na Avenida Paulista neste domingo, em mais uma chance de acompanhar o PCO, os Comitês de Luta e a Bateria Zumbi dos Palmares num dia de lutas contra a direita, a extrema direita, os bolsonaristas e os sionistas, todos de uma vez.