Um relatório divulgado na terça-feira (14) revelou que o Estado de “Israel” realizou ao menos oito ataques aéreos contra trabalhadores humanitários e instalações em Gaza desde outubro, apesar da comunicação direta com os grupos. O relatório foi divulgado pela Human Rights Watch (HRW).
Ele afirma: “as autoridades israelenses não emitiram avisos prévios a nenhuma das organizações de ajuda antes dos ataques, que mataram ou feriram pelo menos 31 trabalhadores humanitários e aqueles que estavam com eles”.
“Os oito incidentes revelam falhas fundamentais no chamado ‘sistema de desconflito’, destinado a proteger os trabalhadores humanitários e permitir que eles forneçam com segurança assistência humanitária vital em Gaza”, continua o relatório da HRW.
Um dos massacres mais recentes aconteceu em abril, quando “Israel” lançou vários ataques aéreos contra um comboio da World Central Kitchen (WCK), matando vários de seus funcionários. Um tradutor palestino e trabalhadores humanitários estrangeiros da Austrália, Reino Unido, Polônia e um cidadão com dupla nacionalidade EUA-Canadá.
“A morte de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen por Israel foi chocante e nunca deveria ter acontecido sob a lei internacional”, disse Belkis Wille, diretora associada de crise, conflito e armamentos da HRW. “Os aliados de Israel precisam reconhecer que esses ataques que mataram trabalhadores humanitários têm acontecido repetidamente, e eles precisam parar”.
Nos oito ataques mapeados pela HRW, pelo menos 15 pessoas, incluindo duas crianças, foram assassinadas e 16 outras foram feridas.
Os outros sete ataques incluem bombardeios a um comboio dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) em novembro, uma casa de hóspedes da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) em dezembro, um abrigo da MSF em janeiro, uma casa de hóspedes do Comitê Internacional de Resgate (IRC) e Assistência Médica para Palestinos (MAP) em janeiro, um comboio da UNRWA em fevereiro, outra casa de hóspedes da MSF em fevereiro e a casa de um funcionário da American Near East Refugee Aid em março.
Números da ONU no final de abril mostram que 253 trabalhadores humanitários foram assassinados por ataques israelenses em Gaza desde outubro, dos quais 190 eram funcionários da UNRWA.