Latifundiários atacam Assentamento Nascente do Rio dos Bois

No dia 25 de janeiro, trabalhadores do assentamento do Incra Nascente do Rio dos Bois, em Bom Jardim, no Maranhão, sofreram novos ataques dos latifundiários. Vídeo divulgados nas redes sociais mostram tratores destruindo moradias dos camponeses. Os moradores do assentamento já enfrentam tal situação desde 2015. De acordo com a população, nos últimos anos, um homem conhecido como “pastor Maurício” vem adquirindo parte do território do assentamento de maneira ilegal e repassando para produtores de soja.

Em fevereiro de 2023, o assentamento recebeu a visita da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular do Estado (SEDIHPOP) logo após os trabalhadores terem suas plantações de arroz, feijão e mandioca destruídas.

Apesar de ser um assentamento enquadrado na fase 5, ou seja, em fase de estruturação pelo Incra, faltando somente a etapa de consolidação, os moradores continuam tendo suas terras invadidas, enquanto sofrem ameaças de morte na tentativa de forçar sua saída do local onde vivem e trabalham. Em uma série de reuniões com os governos estadual e municipal, além do próprio Incra, a única resposta é a promessa de que as providências serão tomadas, sem qualquer esclarecimento sobre quando ou de que maneira essas medidas serão tomadas.

O caso é uma demonstração de que mesmo durante o governo Lula o latifúndio avança sobre a população oprimida do campo. Não apenas os trabalhadores sem-terra, mas também os índios estão todos sendo cada vez mais atacados pelos capangas dos latifundiários. No Nordeste, no Sul e no Norte, as regiões mais agrárias do Brasil, a violência no campo é uma constante. Mas também no Sul e no Sudeste a repressão é enorme. Basta lembrar do caso Zé Rainha, preso em São Paulo no ano de 2023.

Os trabalhadores do campo, por sua vez, tendem à mobilização. Mesmo sem grande apoio do governo Lula, a realidade é que, no atual governo, há um caminho mais aberto para essa luta do que no governo abertamente apoiado pelos latifundiários que foi o de Bolsonaro. Nesse sentido a luta pela terra deve ser ampliada em todo o Brasil. A luta pela reforma agrária deve se dar em conjuntos luta pela única pauta que pode garanti-la de fato, a luta pelo fim do latifúndio.