Após os ataques bolsonaristas do dia 8 de janeiro, bem como os ataques da grande imprensa e do capital financeiro contra Lula, ficou claro que a burguesia quer desestabilizar o governo eleito pelo povo. Frente a isso, os Comitês de Luta convocaram a III Conferência Nacional dos Comitês de Luta para organizar a esquerda na defesa de Lula e, acima disso, das reivindicações dos trabalhadores.
Para tal, foi publicado um manifesto convocando todos os partidos de esquerda, sindicatos, centrais sindicais e demais representantes do movimento operário a participarem da Conferência, que acontecerá em abril deste ano.
Leia, abaixo, o manifesto na íntegra:
Unir os Comitês, sindicatos, partidos, organizações dos explorados do campo e da cidade
Realizar uma grande Conferência Nacional de Luta
A mobilização popular conseguiu dar a vitória a Lula nas eleições.
Os ataques do dia 8/1, a pressão dos banqueiros, dos donos do “mercado” e sua imprensa venal contra medidas em benefício do povo, mostram que a direita não vai dar trégua. É real a ameaça de golpe dos militares e da direita contra o governo eleito pela maioria dos trabalhadores.
O resultado eleitoral não derrotou de vez o regime golpista de 2016; as articulações com a direita que domina o Congresso Nacional e os desmoralizados partidos da burguesia, que apoiaram o golpe de Estado de 2016, não são garantia para os direitos democráticos do povo e para o atendimento de suas necessidades. Conquistas efetivas só virão com o povo nas ruas.
É preciso organizar e mobilizar amplamente milhões. Como fizemos na luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e por sua vitória nas eleições. Quem pode dar conta dessa tarefa é o ativismo dos Comitês de Luta, dos partidos de esquerda, dos sindicatos e das organizações populares. Por isso, realizar um Congresso do Povo, com as grandes organizações de massas como a CUT, o MST, CMP, UNE etc. e partidos de esquerda como o PCO e o PT, como foi amplamente discutido e decidido anos atrás.
Diante da urgência da situação, a coordenação dos Comitês de Luta acertadamente decidiu convocar para abril um grande encontro nacional, a III Conferência Nacional de Luta contra o Golpe, para avançar em direção a um Congresso do Povo e para impulsionar a luta por questões imediatas e decisivas, como:
- Aumento emergencial imediato do salário mínimo, a ser debatido nos sindicatos e entre os trabalhadores e que ao nosso ver deveria ser de 100%, até 1º de Maio de 2023;
- Reestatização da Eletrobrás e da Petrobrás (100% estatal) para reduzir o preço dos combustíveis e tarifas, criando as condições adequadas para o desenvolvimento nacional;
- Revogação de todas as “reformas” contra o povo dos governos Temer e Bolsonaro: trabalhista, previdenciária, do ensino médio etc. (“revogaço”);
- Reforma Agrária: terra para quem nela trabalha; atendimento das reivindicações dos povos indígenas e soberania do povo brasileiro sobre a Amazônia (fora o imperialismo!).
- Abaixo a conspiração golpista. Fim da tutela dos militares sob o regime político.
Nós que assinamos abaixo, nos somamos a essa iniciativa e nos dirigimos à CUT, aos sindicatos e oposições classistas, movimentos de luta do campo e da cidade, suas direções, mandatos parlamentares vinculados à luta dos explorados, propondo que nos unamos em torno da luta pela defesa das reivindicações dos trabalhadores diante da crise.
Chamamos a unidade de todos os setores da esquerda e das organizações dos explorados em torno desses objetivos.
Organizar debates sobre esses temas fundamentais nas bases das categorias, nos locais de trabalho, estudo e moradia, nos assentamentos e retomadas indígenas etc. Desde já, organizar caravanas para participar da Conferência, de 21 a 23 de abril, em São Paulo.