Nessa quarta-feira (20), os “médicos juniores” do Reino Unido, o equivalente aos médicos residentes, em formação ou estágios, iniciaram uma greve para exigir a melhoria de seus salários.
A mobilização ocorre em meio a uma hecatombe no sistema britânico de saúde pública (NHS, na sigla em inglês). A estrutura enfrenta dificuldades para absorver as grandes listas de espera de pacientes, prejudicando, portanto, o trabalho dos profissionais da saúde.
“Os salários são baixos, as condições de trabalho são ruins e não temos pessoal suficiente”, disse Sumi Manirajan, membro do sindicato BMA (Associação Britânica de Médicos), enquanto participava de uma manifestação.
As mobilizações anteriores não surtiram o efeito desejado. As negociações com o governo reacionário de Rishi Sunak fracassaram após durarem cinco semanas, não restando outra opção à categoria senão a greve.
Atualmente, os médicos juniores ganham em torno de 32.000 libras durante o seu primeiro ano de formação. O governo inglês lhes ofereceu um aumento de 3% além do incremento de 8,8% já concedido há alguns meses. Todavia, segundo o sindicato que representa o setor, tais propostas são insuficientes frente ao aumento do custo de vida no Reino Unido, produto da crise na Europa.
Declarando seu desgosto, o primeiro-ministro britânico classificou a greve como “muito decepcionante”:
“Encorajaríamos os médicos juniores a considerar cuidadosamente o impacto extremamente significativo que uma greve em um momento tão desafiador terá tanto para o NHS quanto para os pacientes individuais e a retornar às negociações”, disse Sunak na terça-feira, escondendo que a culpa pela falha nas negociações é dele.