Central Única dos Trabalhadores (CUT) – Trabalhadores metalúrgicos e ferroviários se uniram para cobrar junto ao governo federal e parlamentares a formação de um grupo de trabalho tripartite (governo, empresários e trabalhadores) que possa desenvolver projetos que impulsionem o transporte ferroviário nacional a partir do próximo ano.
Em Brasília, no dia 12 de dezembro, uma comissão formada por dirigentes da CNM/CUT e do Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (SINDFER ES/MG), visitou o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), o Ministério do Trabalho, e o gabinete de deputados federais que fazem parte da Frente Parlamentar das Ferrovias e cobrou agilidade para que os entes governamentais incluam a pauta dos trabalhadores em seus debates sobre o setor.
“No encontro no MDIC, firmou-se um compromisso de criar um grupo de trabalho com trabalhadores, governo e o setor empresarial para tratar dessa questão das ferrovias no Brasil., principalmente olhando a nossa parte, dos trabalhadores, de conteúdo nacional, soberania nacional, olhando o trabalho de transporte de carga ou de passageiros”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, que fez parte da comitiva em Brasília.
O dirigente destacou que os trabalhadores querem que a pauta das ferrovias seja tratada com mais atenção e não fique apenas em discussões secundárias sobre projetos de ferrovias no Brasil. “Queremos um projeto claro, que a frente parlamentar discuta isso no tema das ferrovias do Brasil, porque isso trará empregos, tanto para quem trabalha conduzindo esses trens, fazendo manutenção, e também para quem produz as máquinas, vagões, mancais, rodas, etc”.
Trabalho no PAC
Também presente em Brasília, o coordenador de segmentos da CNM/CUT, Juarez Estevam Ribeiro, lembrou que o investimento no setor ferroviário está previsto no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e é preciso fortalecer o envolvimento dos trabalhadores nos debates sobre as ferrovias.
“O objetivo dos encontros foi articular nossa inserção nas discussões sobre as ferrovias, ou seja, envolver os trabalhadores no debate e criar grupos de trabalho tripartite, inclusive dando ênfase na saúde e segurança dos trabalhadores desse segmento. Precisamos fortalecer o envolvimento dos trabalhadores, pois a previsão de investimento é de R$ 94,2 bilhões até 2026 no novo PAC, o que garante recursos para fortalecer o transporte Ferroviário no Brasil. Com isso, os projetos ferroviários estão sendo elencados como prioridade pelo Governo Federal”, pontuou Juarez.
Representando o SINDFER ES/MG, o vice-presidente da entidade, Weslei Celante Eloi (Scooby), acredita que a união das categorias metalúrgica e ferroviária é importante para reforçar a articulação em defesa das ferrovias como ferramenta estratégica para o desenvolvimento do país e lutar pela soberania nacional.
“A gente sabe, por exemplo, que a concorrência da China e outros países na fabricação de alguns produtos do setor ferroviário é muito grande, pois o custo de fabricação lá fora é muito baixo. A partir do momento que você consegue diminuir esse custo no Brasil você consegue ficar mais competitivo. Não tem condições de você produzir arroz lá no Rio Grande do Sul e levar apenas de transporte rodoviário até o nordeste. Para o crescimento do país é importantíssimo você ter o crescimento ferroviário”, disse Scooby.