Um plebiscito realizado no último dia 20 no Equador terminou com a proibição do país de explorar jazidas de petróleo do chamado “Bloco 43”, com capacidade de 466 mil barris por dia, sendo responsável por 12% da produção nacional. Na imprensa dita progressista e também nos órgãos imperialistas, a vitória do atraso é apresentada de forma simpática, abusando da demagogia ambientalista:
“O parque [Nacional Yasuní, onde se encontra a jazida], um dos epicentros da biodiversidade mundial, além de ser a morada da população indígena local — sobretudo a população isolada — tem mais de 1 milhão de hectares e abriga ao menos 2 mil espécies de árvores e arbustos e 610 espécies de pássaros, sem contar com as demais espécies”, escreveu a entusiasmada Carta Capital (“Equador proíbe exploração de petróleo na Amazônia; entenda a decisão”, Camila da Silva, 21/8/2023). Trata-se de um escárnio.
Com o desemprego atingindo 70% dos trabalhadores equatorianos, a pobreza extrema atingiu 27% da população (percentual dos que vivem com menos de US$5,50 por dia), sendo 18% nas cidades e impressionantes 46,4% no campo. São esses os principais penalizados pelo corte de US$81,8 bilhões na produção petrolífera do pobre país sul-americano. Para se ter uma ideia, isso significa mais de 66,4% do PIB da nação (US$109,26 bilhões em 2022).
O sucesso da chantagem de verniz ecológica no Equador acende o alerta para o Brasil. Com jazidas imensas ainda para serem descobertas, o País trava uma luta para simplesmente poder estudar a Margem Equatorial. Está mais do que claro que o imperialismo está disposto a qualquer loucura para impedir os países sul-americanos de explorarem suas riquezas e se desenvolverem, devendo esses países estarem preparados para se defenderem caso atacados e rejeitar de maneira muito enérgica a demagogia ambientalista.