No dia 17 de abril a polícia militar atacou Kauan, um menino de 7 anos, na favela de Paraisópolis, em São Paulo. Luana, sua mãe, saiu de casa para deixar o filho na casa de uma vizinha e ir trabalhar, quando apareceram os fascistas fardados atirando. A família não sabe exatamente o que feriu o olho de Kauan. Ou os estilhaços de um projétil, ou a queda de um pedaço de um muro. Mas a culpa é certamente da PM.
Os PMs, vendo o que havia feito, resolveram levar o menino para ser tratado. A mãe relata: “o tempo todo o policial que estava comigo ficava gritando pro carro que estava na frente: ‘vamo pro Einstein, vamo pro Einstein’. Só que a viatura que estava na frente já foi pro AMA. Eu cheguei cheia de sangue, minhas mãos, meu pescoço, meu rosto. Estava tudo cheio de sangue, ele estava cheio de sangue. Aí já fizeram um curativo, me acalmaram, falaram ‘não, mãe, não entrou nenhuma bala nele’, tentando me acalmar”.
Kauan foi transferido para o Hospital Municipal do Campo Limpo, onde levou pontos na cabeça e perto do olho direito. Segundo Luana, as enfermeiras e os médicos foram super solícitos durante a internação, porém a unidade não tinha o equipamento oftalmológico necessário para averiguar se a criança perderia a visão.
No entanto, o ferimento da PM foi pior do que parecia no princípio. O menino de 7 anos teve sua retina descolada e assim ficou cego de um olho.
Esse caso é muito representativo da ação da polícia em todo o Brasil. Entrar nos bairros operários atirando, Kauan perdeu um olho, mas poderia facilmente ter perdido a vida.
A única solução possível para a violência brutal da polícia é o seu fim. É preciso por um fim a todo o aparato de repressão do Estado. Os trabalhadores devem organizar a sua própria segurança.